Benguela – Sob o signo da prevenção e luta contra o câncer da mama, a Associação Semana Rosa Angola e o Grupo Unidos de Ombaka levaram cerca de 500 mulheres à rua este sábado, 26, em Benguela.
Em causa está a Caminhada Rosa, que sem se deixar inibir por uma chuva miúda que caía na manhã deste sábado, juntou mulheres de várias idades e estratos socioprofissionais, incluindo alguns homens na luta contra o câncer da mama.
Organizada conjuntamente pela Associação Semana Rosa Angola e o Grupo Unidos de Ombaka, no quadro da 7ª edição da Campanha Outubro Rosa 2024, a marcha teve testemunhos de mulheres, conhecidas como guerreiras, que venceram o câncer da mama.
À ANGOP, no final da caminhada, na marginal da praia Morena, a presidente da organização não-governamental Semana Rosa Angola (SRA), Dalila Prata, alertou que o câncer da mama tem ceifado a vida de várias mulheres, daí estar satisfeita com a adesão da sociedade.
Dá conta de que a grande participação tanto de mulheres, quanto de homens em representação da sociedade civil benguelense, ultrapassou todas as expectativas da organização, que está agradecida pela solidariedade manifestada.
Porém, destacou, ainda, como sinal positivo a participação dos funcionários da Procuradoria-Geral da República e de outras instituições públicas parceiras, o que, em seu entender, reforça a conscientização de todos para a luta contra o câncer da mama.
“Estamos muito felizes por essa nossa primeira iniciativa fora de Luanda”, salientou, referindo que é o sétimo ano da Caminhada Rosa e, por sinal, Benguela, a primeira cidade a receber o evento fora da capital, no âmbito da descentralização das actividades da SRA.
Sobre a chuva, Dalila Prata enfatizou que foi como que uma bênção para todas as mulheres que aderiram à caminhada, apesar de admitir que a participação seria maior se não chovesse.
Prevenção
Sabendo que os homens também podem contrair cancro da mama, a líder da SRA assinala o compromisso de levar cada vez a informação à rua e às comunidades como arma poderosa para a prevenção.
“O câncer da mama em homens é terrível e até mais fatal, porque não têm o tecido mamário”, alerta, prometendo que vão continuar a promover campanhas de conscientização nas comunidades, porquanto há muita falta de informação e tabu em volta do assunto.
Em jeito de balanço do trabalho feito nos últimos sete anos, Dalila Prata está convicta de que hoje, comparativamente ao início desta longa jornada, já há muito mais pessoas informadas, o que dá alento aos membros da SRA.
Testemunho impactante
Ao dar o seu testemunho perante uma multidão, vestida de rosa, a cidadã Júlia Baptista, 61 anos, comemora estar curada do cancro da mamã há 12 anos, graças ao seu diagnóstico precoce.
Com indisfarçável emoção, Júlia Baptista aconselha a prevenção como a melhor forma de evitar esta doença.
“Vamos fazer o rastreio (…). Eu sou uma sobrevivente porque o meu diagnóstico foi precoce. Hoje, vivo 12 após o cancro”, finalizou, sob uma chuva de aplausos e lágrimas de emoção a irromper entre a plateia.
Sobre a SRA
A Associação Semana Rosa Angola nasceu em 2017, com o objectivo de consciencializar a sociedade angolana sobre diversos programas ligados à saúde, com primazia para pacientes oncológicos, e também realizar acções de beneficência nas comunidades carentes.
Com uma direcção composta por dez pessoas, entre médicos, fundadoras e membros da sociedade civil, a SRA acompanha 50 mulheres e homens que passaram pelo processo do cancro e tem actualmente 25 voluntárias. JH/CRB
