Luanda – Uma das maiores dificuldades na descoberta da vacina contra o HIV/SIDA está ligada ao facto de ser um vírus com forte capacidade de mutação, afirmou, nesta sexta-feira, o director-geral adjunto do Instituto de Luta Contra a Sida, José Carlos Van-dúnem.
Em declarações à ANGOP, em alusão ao Dia Mundial da Vacina contra o vírus da SIDA, assinalado quinta-feira, disse que as pesquisas mais recentes sobre a descoberta da vacina foram realizadas em 2022, mas até agora sem sucesso.
Lembrou que, apesar de não ter sido aprovada até agora nenhuma vacina, a data é celebrada desde 1998 com objectivo de promover a urgência na produção de uma vacina contra à doença.
Segundo o responsável, a data serve igualmente de reconhecimento pelo trabalho dos profissionais de saúde e investigadores envolvidos no combate ao HIV.
Com aproximadamente 280,000 pessoas vivendo com a doença, o país tem uma prevalência relativamente baixa, porém, os obstáculos na cobertura dos serviços e deficiências no sistema de saúde não deixam margem para complacência.
Salientou, que uma vacina segura e eficaz faz parte de uma abordagem alargada para travar a epidemia, o que inclui o acesso ao tratamento, cuidados de saúde e prevenção para todos, bem como o desenvolvimento de outras opções de prevenção biomédica: vacinas, microbicidas, profilaxia pré- exposição, entre outras.
Para si, a união entre especialistas é necessária para discutir oportunidades e desafios de novas abordagens à pesquisa e maximizar o potencial de uma agenda de pesquisa de vacinas para prevenir a infecção pelo HIV no século XXI.
“Diferentemente de outros vírus, o HIV não induz uma resposta imune eficiente e protectora nas pessoas que foram infectadas”, esclareceu.
Isso, prosseguiu, compromete um princípio básico do desenvolvimento de vacinas que é o de induzir uma reacção “semelhante a uma infecção natural” para que as pessoas fiquem protegidas.
Segundo a OMS, por cada duas pessoas que iniciam o tratamento antirretroviral, cinco outras são infectadas pelo HIV.
Mais de 33 milhões de homens, mulheres e crianças vivem com a enfermidade e muitos mais se encontram em risco de contrair a infecção.
Em Angola várias organizações não governamentais desenvolvem actividades que visa divulgar mensagens de esperança, solidariedade, prevenção e incentivar novos compromissos para com esta causa. ML/ART