Chongoroi – Cinco óbito por malária foram registados em unidades sanitárias do município do Chongoroi, província de Benguela, no primeiro semestre deste ano (2023), contra os 19 notificados em igual período de 2022, informou, esta quarta-feira, o director local da Saúde, Zeferino Muandundu.
Em declarações à ANGOP, disse que, no primeiro semestre deste ano, o sector registou 26.237 casos da doença, contra os 291.014 no ano transacto, indicadores que mostram uma redução acentuada da enfermidade.
Segundo o director, o controlo e redução da doença deveu-se, em grande medida, ao apoio da ONG World Vision e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que distribuíram mosquiteiros para todo o território do município.
“Além do tratamento, temos também programas de sensibilização e educação da população, no sentido de diminuir o capim ao redor das suas casas, bem como usar roupas largas para evitar a picada dos mosquitos”, explicou.
Contrariamente à malária, a tuberculose aumentou, no primeiro semestre deste ano, para 146 casos, contra os 112 do mesmo período do ano passado.
Zeferino Muandundu afirmou que, anteriormente, os pacientes desistiam do tratamento por ser de longa duração.
Para contrariar esta tendência, o médico informou que foram colocadas pequenas unidades sanitárias nas comunidades, de maneira a diminuir a distância que o paciente tinha de percorrer para ir à procura do tratamento.
Quanto ao HIV/SIDA, informou que também subiu ligeiramente, no primeiro semestre deste ano, para cinquenta e dois casos, contra os trinta e sete do ano passado.
Justificou que, este ano, registaram-se mais casos porque as pessoas infectadas já aparecem com mais frequência nas unidades sanitárias, tendo em conta a oferta de cesta básica, a cargo do parceiro ADPP (Ajuda e Desenvolvimento de Povo para Povo).
“Antes os pacientes desistiam do tratamento porque queixavam-se dos medicamentos serem muito fortes, não conseguiam tomar e quando o faziam sentiam-se fracos”, pontualizou o médico.
Referindo-se ao quadro clínico do município, afirmou que o Chongoroi conta com quinze médicos, dos quais uma expatriada de nacionalidade cubana.
Questionado sobre as especialidades em falta, apontou a ortopedia, a traumatologia, ginecologia-obstetrícia, anestesistas, instrumentistas e intensivistas.
Disse, no entanto, haver quatro médicos a formarem-se na especialidade de ginecologia-obstetrícia, um em cirurgia geral e outro a terminar urologia.
Quanto a enfermeiros, referiu, o município está bem servido, com vinte e cinco licenciados e uma boa parte com o nível médio.
Sobre a rede sanitária, informou que o município conta com vinte e duas unidades, entre as quais um hospital municipal e um centro materno-infantil de referência, na sede, e um centro de saúde na comuna de Kamuine e outro na Bolonguera.
“Temos estado a trabalhar no melhoramento destas unidades, mas a grande dificuldade está no acesso aos postos de saúde, principalmente no tempo chuvoso, devido à travessia de vários rios e riachos que existem no município”, disse.
Segundo o director, existem zonas muito distantes, com acesso difícil. A única ambulância nova recebida recentemente tem feito, sobretudo, o transporte de doentes graves para Benguela e a outra já tem mais de dez anos de uso e os custos com a manutenção são muito elevados.
Falando particularmente sobre o Hospital Minucipal do Chongoroi, Zeferino Muandundu informou que necessita de substituição de alguns equipamentos, como o aparelho de Raio X, que já necessita de intervenção profunda, e acrescentar mais um ecógrafo.
“Seria bom termos também um aparelho de TAC (tomografia computarizada). Sonhar não é proibido”, desabafou.
A TAC é particularmente útil para mostrar órgãos e tecidos, como o fígado ou os rins, com maior clareza e detalhe do que uma radiografia convencional. Muitas vezes é possível fazer um diagnóstico definitivo recorrendo a um exame de TAC, não sendo necessário a realização de outros exames de diagnóstico.
Em termos de medicamentos, assegurou que o município está bem servido, tendo todas unidades sanitárias apetrechadas com os essenciais.
“Recentemente, recebemos 23 kits através do Gabinete Provincial da Saúde, que podem durar três meses”, afirmou o director.
O município do Chongoroi tem uma extensão territorial de seis mil e 151 quilómetros quadrados e uma população estimada em 144 mil habitantes. TC/CRB