Uíge – Perto de um milhão de pacientes estão inscritos, desde Dezembro do ano de 2022, na lista de espera para a realização de cirurgias oculares no Centro Oftalmológico do Uíge, informou à ANGOP, esta segunda-feira, a chefe da unidade de saúde, Inês Henrique.
Trata-se de cirurgias de catarata, pterígio, glaucoma e outras patologias ligadas aos órgãos visuais.
A responsável, que falava a propósito do funcionamento da unidade, explicou que além dos pacientes do Uíge, outros vieram das províncias de Luanda, Cuanza Norte, Malanje, Benguela, Bié e de outras regiões do país.
Como causa do elevado número na lista de espera, apontou a paralisação do bloco operatório, que durou seis meses, devido à avaria de um microscópio, falta de médicos especialistas em oftalmologia, anestesistas e a melhoria das instalações.
O Centro de Oftalmológico do Uíge possui dois médicos estrangeiros e 16 técnicos, entre enfermeiros, auxiliares de limpeza e apoio hospitalar.
Explicou que, desde o dia 26 de Junho deste ano, data que retomaram os serviços de cirurgia, o Centro Oftalmológico do Uíge realizou 147 operações de catarata, pterígio e glaucoma.
A unidade atende 200 pessoas/dia, sendo as patologias de traumatismo, conjuntivite, cataratas, miopias e glaucomas as mais frequentes.
Em relação as causas da doença, a responsável apontou a falta de rastreio, fazer leitura em locais com pouca iluminação, uso frequente de telefones, computadores entre outros factores.
Disse que a maioria dos pacientes adere, inicialmente, a medicação tradicional e, por isso, chega ao centro já em estado grave. “É uma prática frequente nos municípios do Songo, Bungo, Negage e Quitexe”, disse.
Para se evitar casos de doença nas crianças, a especialista apelou aos pais e encarregados de educação a manterem os telefones fora do alcance das crianças, evitar que elas estejam próximas dos ecrãs do televisor, assim como desaconselhou o uso de medicamentos tradicionais. EP/JAR