Huambo – Duzentas e quatro crianças autistas foram identificadas, este ano, pelo Hospital Psiquiátrico da província do Huambo, no quadro da campanha de sensibilização das famílias, sobre a necessidade do diagnóstico precoce da doença.
Trata-se de um distúrbio cerebral que afecta a capacidade de comunicação, aprendizagem e adaptação.
Falando à ANGOP, a responsável da Psiquiatria do Huambo, Celeste Loth, referiu que a identificação da campanha de sensibilização motivou os pais e encarregados de educação com filhos ou educandos com algum problema mental, a recorrem aos serviços médicos para o diagnóstico precoce, principalmente nos primeiros dois anos de vida.
Fez saber que, para além da incapacidade de assimilação, algumas crianças autistas manifestam problemas de epilepsia, alteração de conduta, transtornos metais leves, moderados e graves.
Celeste Loth informou que alguns menores têm sido abandonados pelos pais e encarregados de educação, que se negam aceitar a realidade do filho ou do educando, tendo em conta os custos do tratamento.
Disse que o autismo tem a ver, entre outras causas, com os factores genéticos, pré e peri-natais, infecções virais, desequilíbrio metabólico e exposição a determinados comportamentos ambientais.
Com a capacidade para internar 50 doentes em igual número de camas, a unidade sanitária adjacente ao Hospital Geral do Huambo, conta com 15 profissionais, entre especialistas em psiquiatria, psicólogos clínicos, enfermeiros, auxiliares e administrativos.
Características do autismo
Estudos dizem que o autismo chega nos três primeiros anos de vida, quando os neurónios que coordenam a comunicação e as relações sociais deixam de formar as conexões necessárias.
Um dos sintomas mais comuns é quando a criança não responde ao ser chamada pelo nome, parecendo ser surda, isolando-se das brincadeiras colectivas, para além de evitar o contacto físico e visual.
Os autistas são hiperactivos e estão sempre em movimento, podendo chorar por um simples toque e, as vezes, não demonstram sentir dor.