Cuito – Vários cidadãos do Cuito, província do Bié, foram flagrados a desrespeitar as medidas de biossegurança contra a covid-10, sobretudo o uso correcto das máscaras e o distanciamento físico.
Este facto tem posto em causa todo o esforço do governo na luta contra esta pandemia.
Numa ronda efectuada hoje pela ANGOP em algumas artérias desta urbe e nos postos de vacinação foi notória a forma a vontade como muitos populares andavam, sem máscara ou usavam-na inadequadamente, os aglomerados, quer nas paragens de táxis, nos mercados e outros locais.
A desvalorização dessas medidas e outras de biossegurança tem influenciado negativamente nas estratégias do Governo, que visam o combate da cadeia de transmissão da covid-19.
Com uma população estimada em um milhão e 700 mil habitantes, o sector da saúde testou nesta parcela do país 15 mil e 207 pessoas, com mil 229 positivos, 894 recuperados e 52 óbitos. Há ainda 287 activos.
Quanto à vacinação, até ao momento foram já abrangidos 438 mil e 859 indivíduos, sendo cinco mil 101 crianças dos 12 a 17 anos de idade, correspondendo a 39 por cento da cobertura.
Na ronda efectuada, nos postos de vacinação constatou-se a violação das normas de biossegurança por parte das pessoas que esperavam a vacina.
Por exemplo, no posto de vacinação colocado no pavilhão afecto à escola do II ciclo “Rei Ndunduma”, os jovens, ansiosos em tomar a vacina, estavam frequentemente aos empurrões, o que levava sempre a polícia a intervir, para manter a ordem.
Outra anormalidade no local era a falta de um recipiente com água e sabão para desinfectar as mãos.
Neste posto, diariamente são vacinadas em média três mil e 500 pessoas.
O secretário provincial da Igreja Congregacional em Angola (IECA) no Bié, pastor José Chituque Gamo Manuel, apelou ao Governo no sentido de voltar a encerrar as fronteiras do país, com vista a pensar-se em novas estratégias de combate à pandemia.
Na perspectiva do reinício das aulas para o dia 16 de Janeiro, José Chituque Gamo Manuel realçou o reforço das medidas de biossegurança nas escolas, assim como o seu cumprimento ser obrigatório para todos (professores, alunos e corpo directivo).
Tendo em conta a facilidade no contágio, o religioso apelou por outro lado aos líderes religiosos a colocarem sempre em primeiro lugar as medidas de prevenção nos cultos.
Já o secretário da associação dos desportos paralímpico no Bié, Higino Sacolombo, enalteceu os esforços do Governo na luta contra a covid-19, desde a construção de centros de quarentenas, aquisição de meios de biossegurança, assim como na vacinação.
Solicitou, no entanto, mais sensibilidade dos profissionais de saúde para os portadores de deficiência durante a vacinação.
O cidadão Paulo Vicente, gerente da empresa Maria Mult-frescos (revendedora de frescos na cidade do Cuito), lamentou o comportamento negativo de pessoas que insistem em despeitar as medidas de biossegurança, sobretudo o uso da máscara, e defendeu a responsabilização individual, para o seu desencorajamento.
Enquanto isso, Aurélio Lopes, jovem que trabalha por conta própria, diz não acreditar no perigo da doença, pelo facto da mesma apenas causar a morte em idosos, pessoas com doenças oportunistas, daí que o uso da máscara não tem importância para si.
Contrariamente, Vitória Tchinina (vendedora ambulante) sublinhou que o uso da máscara ajuda a prevenir a doença, sobretudo para ela que tem uma actividade que exige o contacto permanente com pessoas.