Benguela – O Governo Provincial de Benguela prevê a construção de novas unidades sanitárias até 2027, entre os quais um Hospital Geral e um sanatório para tratamento de doenças infecciosas.
Em causa estão projectos de construção do Hospital Geral do Cubal, para atender as localidades da Ganda, Chongoroi e Caimbambo, na zona Sul, e a ampliação e apetrechamento do Hospital Geral do Bocoio, para servir de referência na região norte da província.
Além disso, está previsto a construção do Hospital Municipal do Lobito e de uma maternidade na mesma região.
Segundo o director do Gabinete Provincial Saúde, António Cabinda, a ambiciosa carteira de projectos até 2027 também inclui o primeiro Hospital Psiquiátrico de Benguela e a conclusão das obras do Centro de Ortopedia e Reabilitação Física.
António Manuel Cabinda, que adiantou recentemente esta informação à imprensa, lembrou das obras, já em curso, de construção do Hospital Geral do município da Catumbela.
De acordo com o responsável do Gabinete Provincial de Saúde em Benguela, está ainda previsto um hospital materno infantil na Catumbela, que pretende reforçar e modernizar os serviços de saúde para atender crianças e mulheres na zona do litoral.
Paralelamente, salientou, decorrem obras de melhoria nas diferentes unidades hospitalares, nomeadamente no Hospital Geral de Benguela e no do Lobito, bem como nos municípios do interior da província.
Essa intervenção passa também pela ampliação dessas unidades hospitalares, apetrechamento com meios para laboratórios, atendimento nas urgências, cuidados intensivos e área de neonatologia.
“Vamos continuar a melhorar as unidades existentes e construir centros e postos de saúde, para podermos aproximar os serviços da população”, sublinhou.
Por outro lado, notou que a província ganhou mais 577 leitos hospitalares, desde 2017, totalizando 3.224, com a construção do Hospital Geral da Baía Farta e Municipal do Chongoroi, incluindo dez centros de saúde e 15 postos médicos.
Mais médicos
Com o investimento na expansão de unidades hospitalares, o director do Gabinete de Saúde declara como desafio o aumento gradual do rácio de médicos na província de Benguela – que é ainda de um para cada cinco mil habitantes.
A meta, apontou, é alcançar, nos próximos anos, um médico para cada 2.500 habitantes, para continuar a desafogar as unidades hospitalares face à demanda.
Porque a exigência da OMS é de um médico para cada mil habitantes, o responsável destaca a aposta das autoridades na formação de profissionais especialistas, para suprir o actual défice.
Daí ter realçado a parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Katyavala Bwila (UKB), no apoio à formação dos médicos de clínica geral e especialistas, para colmatar as dificuldades com que a província se defronta.
Assim, já foram formados 76 médicos especialistas, sendo 26 pediatras, 15 em medicina interna, 11 em ginecologia-obstetrícia, sete oftalmologistas, quatro cirurgia-geral, igual número de ortopedistas, dois anestesiologistas e sete cirurgiões maxilo-facial.
Ainda acrescentou que há mais 160 internos que estão a concluir as diferentes áreas de especialidade, enquanto se criam as condições para o arranque da formação de enfermeiros especialistas.
Neste momento, a província de Benguela tem 559 médicos, 4.584 enfermeiros, 939 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 784 funcionários de apoio hospitalar e 752 no regime geral, totalizando 7.618 funcionários.
O objectivo, ainda de acordo com a fonte, é dobrar o número de efectivos até 2027, tendo em conta a necessidade de melhorar o rácio de médicos por mil habitantes.
Com uma média trimestral de 650 mil consultas, 24 mil internamentos e cinco mil cirurgias, a província de Benguela tem a malária como principal patologia e causa de morte, com cerca de 600 mil casos diagnosticados/ano, dos quais 400 óbitos.
Completam ainda o quadro epidemiológico da província doenças respiratórias, diarreicas e a má nutrição aguda, para além das doenças crónicas não transmissíveis, cardiovasculares e diabetes. JH/CRB