Benguela - Cinco mil, seiscentos e vinte e cinco testes de diagnóstico rápido da malária foram entregues a Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário para atender crianças da periferia da cidade de Benguela, soube hoje a ANGOP.
Com efeito, está em curso uma campanha de rastreio da doença em menores até aos cinco anos de idade, iniciada na última quarta-feira (08).
Em declarações à imprensa, o supervisor provincial dos ADECOS, Daniel Miguel, informou que a testagem será efectuada durante um período inicial de três meses. Posteriormente haverá um reforço de testes para que um maior número de crianças possam ser rastreadas, disse.
O responsável referiu que, para o êxito da actividade, foram formados trinta Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário.
Em caso do diagnóstico for positivo, disse, os agentes estão munidos de fármacos “ASAQ, de 50 miligramas", um medicamento de uso comunitário para o combate à malária, ao contrário do Coartem, que é de uso hospitalar.
“Os agentes, para além dos testes, receberam também cada um 750 doses de ASAQ, cadernos de família para fazer o cadastro para futuras visitas, termómetros, luvas e máscaras faciais, para actuarem de forma eficaz e segura",disse.
Por seu turno, a directora municipal da Saúde em Benguela, Isabel Catraio, informou que cada ADECO poderá acompanhar cem famílias da comunidade onde for destacado.
Referiu que os mesmos, para além de contribuírem na melhoria dos níveis de saúde da população, vão actuar igualmente na área social e na agricultura.
Na sua opinião, Benguela precisa de mais agentes comunitários, em função dos 710 mil habitantes do município sede.
“Só o bairro de Calossombêkua tem cerca de 60 mil habitantes e se olharmos na perspectiva de que cada agente controla 100 famílias, então veremos o grau de necessidade”, acrescentou.
As actividades a serem desenvolvidas pelos Agentes de Desenvolvimento Comunitários e Sanitários (ADECOS) têm o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o financiamento do Fundo Global.
O ADECOS é o elo entre a administração pública e as comunidades, através de acções sectoriais que atendem as questões de ordem social e económica. É um membro da comunidade, com idade compreendida entre 18 e 60 anos, com formação académica mínima correspondente à 6ª classe. Vive na zona onde trabalha e conhece as condições locais, sente os mesmos problemas, fala a língua local e conhece os hábitos e costumes da zona.
Actualmente, os ADECOS encontram-se engajados em acções de apoio às famílias no acesso aos serviços sociais básicos (água, saneamento, educação, saúde, segurança alimentar, protecção social, preservação ambiental, etc.), bem como no acesso a renda através das Transferências Sociais Monetárias (TSM), da Inclusão Produtiva e do reforço dos programas de Municipalização da Acção Social, através dos Centros de Acção Social Integrados (CASI), no âmbito do Programa KWENDA. RJP/CRB