Cuito - A sociedade civil da província do Bié é favorável à nova Divisão Político-Administrativa (DPA) , por permitir com que as autoridades vivenciem os problemas de perto, para serem ultrapassados o mais rapidamente possível.
Muitos cidadãos entrevistados pela ANGOP afirmaram que a nova DPA vai impulsionar o desenvolvimento socioeconómico das localidades mais recônditas do país, embora uns consideram ainda prematura a sua implementação.
Tito Strangway, funcionário público de 60 anos de idade, referiu que, com DPA, rapidamente serão ultrapassadas as questões como insuficiência no abastecimento de água potável, de energia eléctrica, melhorias das vias de comunicação e outros no seio das comunidades rurais.
Residente na comuna da Gamba, município da Nharêa, Tito Strangway aconselhou as autoridades a apostarem seriamente em campanhas, visando elucidar a população sobre as vantagens da Nova Divisão Político-Administrativa.
Frederico Venâncio, professor da escola do Iº ciclo do ensino secundário “Cateleco”, no bairro Azul II (arredores da cidade do Cuito), frisou que a DPA trará grandes benefícios, porque os municípios terão verbas para executar projectos de impacto social, a pedido da população.
Solicitou a juventude a ter mais confiança nas boas intenções do governo angolano, sublinhando que, desde a conquista da independência, a 11 de Novembro de 1975, sempre lutou e trabalhou para integridade do país e do bem-estar do seu povo.
O secretário da associação provincial do desporto para pessoas com deficiência no Bié, Higino Sacolombo, diz estar confiante que a Nova Divisão Político-Administrativa vai propiciar melhorias na assistência social no seio das populações.
“A DPA, apesar de ser prematura, considera desafiador para os angolanos, já que vai esforçar o Executivo a construir hospitais, escolas entre outras infra-estruturas sociais de grande dimensão, para corresponder os requisitos de um município, em detrimento das actuais, nas comunas”, disse.
Já o secretário provincial da Igreja Evangélico dos Irmãos em Angola (IEIA) no Bié, Raimundo Isidro, considera prematura a Nova Divisão Político-Administrativa no país, apesar de acreditar que poderá trazer muitas vantagens quanto à melhoria da qualidade de vida das populações.
Disse ser necessário primeiramente trabalhar na melhoria dos serviços a nível das localidades, antes da implementação da Nova Divisão Político-Administrativa.
“Precisamos ver que condições existem para ascender essas categorias, e que se faça algo de bom para a população”, aclarou.
Defendeu ainda a descentralização do poder local (autarquias), sublinhando que permitirá a construção de mais escolas, hospitais e outros, já que os gestores públicos vão trabalhar para responder os anseios da população.
A proposta de Lei da Nova Divisão Político-Administrativa do país tem por objectivo promover o desenvolvimento harmonioso do território nacional, que deverá seguir para o Parlamento após a aprovação da sua versão final, pelo Conselho de Ministros.
O projecto propõe a alteração do modelo de municipalidade do Estado, aprovado pelo Conselho de Ministros, com a divisão das províncias do Cuando Cubango e do Moxico em duas, perfazendo, assim, vinte províncias e o aumento de 164 para 581 municípios.
Com uma população estimada em aproximadamente dois milhões de habitantes, a província do Bié possui nove municípios, nomeadamente Cunhinga, Andulo, Nharêa (leste), Catabola, Camacupa, Cuemba, a leste, Chitembo (Sul), Chinguar (Oeste) e Cuito, capital da província, e 30 comunas. BAN/PLB