Mbanza Kongo – A “invasão silenciosa” do país por imigrantes ilegais, através da fronteira que delimita a província do Zaire com a República Democrática do Congo (RDC), foi apontada, esta sexta-feira, em Mbanza Kongo, como uma das ameaças à segurança nacional.
De acordo com as conclusões do 29º curso de Defesa Nacional, que durante cinco dias decorreu na capital da província do Zaire, junta-se à isso a aquisição fraudulenta de documentos de cidadania nacional (Bilhetes de Identidade e Passaportes) por estrangeiros.
Os 82 participantes a essa acção formativa, promovida pelo Instituto de Defesa Nacional (IDN), concluíram, igualmente, haver necessidade do reequipamento das forças de defesa e ordem públicas na região com meios técnicos e tecnológicos modernos, para se fazer face a estas e outras eventuais ameaças.
Por outro, os intervenientes a esta actividade formativa destacaram a presença, na província, de um comando militar das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de comandos provincial, municipais e postos policiais nos seis municípios e nos principais postos fronteiriços com o país vizinho
O curso considerou existir mais potencialidades do que vulnerabilidades na província do Zaire no que a segurança nacional diz respeito, com destaque para os seus recursos minerais, culturais, humanos, naturais, entre outros.
O evento serviu para promover um espaço de informação, reflexão e debate sobre temas actuais de interesse nacional e internacional com incidência nos domínios da segurança e defesa.
Contribuir para o fomento da cultura de Defesa Nacional e atitudes patrióticas, promover a consciencialização da sociedade civil e militar para as questões de segurança e da defesa figuraram, ainda, entre os objectivos.
Vários temas foram ministrados ao longo desta acção formativa por oficiais generais, almirantes, comissários e superiores das FAA e da Polícia Nacional, quadros da administração local do Estado, colaboradores externos do IDN e académicos.
Na ocasião, o vice-governador do Zaire para o sector político, social e económico, Afonso Nzolameso, afirmou que os órgãos de defesa e segurança nacionais constituem uma das mais importantes instituições do Estado angolano.
Apontou o contrabando de combustível para a RDC, criminalidade violenta, imigração ilegal, entre outros, como fenómenos que têm colocado em risco a soberania nacional, pelo que apelou ao combate cerrado a tais práticas.
Acrescentou que o combate a estes males devem ser complementados com as acções rigorosas dos órgãos da administração da justiça na região para se acabar com eventuais sentimentos de sentimentos de impunidade e espírito de negligência.
“Reconhecemos ser tarefa difícil, porque requer de pessoas comprometidas com a Pátria, por isso que, a cada um, ao seu nível e no seu posto de trabalho deve assumir com empenho e dedicação às suas responsabilidades”, reforçou.
O vice-governador falou, ainda, da delinquência infanto-juvenil, que na sua opinião tende atingir, na província, proporções alarmantes, pelo que pediu à máxima colaboração da população na denúncia de práticas criminosas às autoridades competentes.
O Instituto de Defesa Nacional (IDN) é um órgão do Estado tutelado pelo Ministério da Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, com a missão de estudar, pesquisar, investigar, sensibilizar e divulgar matérias ligadas à defesa nacional, bem como de apoiar o Executivo na formação do pensamento estratégico nacional. PMV/JL