Kiev - A Ucrânia quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) envie forças de manutenção de paz para a central nuclear de Zaporíjia, mesmo sem a existência de um acordo com a Rússia para o estabelecimento de uma zona de protecção no local, reporta a Reuters.
A afirmação é de Petro Kotin, o líder da empresa estatal ucraniana de energia nuclear Energoatom, que considerou que a ausência de um acordo a esse nível é um sinal claro de que o Conselho de Segurança da ONU deveria enviar essas mesmas forças, com vista a cessar o controlo da Rússia sobre a central.
"O problema é que não há uma solução ao nível da AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica)", explicou, na terça-feira, Petro Kotin, em entrevista à Reuters.
Porém, reconheceu a fonte, a ausência de uma zona de protecção pode acabar por complicar a delimitação da área de controlo de uma missão dessa natureza, podendo, consequentemente, expor os seus soldados a situações de perigo.
O líder da Energoatom fez este pedido mesmo sabendo que a Rússia pode vetar qualquer resolução do Conselho de Segurança da ONU para um eventual destacamento de forças de manutenção da paz.
Petro Kotin explicou ainda que o seu objectivo passa por sensibilizar o público para aquilo que tem sido a acção de Moscovo desde o início deste conflito.
Em Outubro, o presidente russo, Vladimir Putin, emitiu um decreto onde ordenava a transferência da referida central ucraniana para uma subsidiária da Rosatom, companhia estatal russa de energia.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de Fevereiro, matou já, pelo menos, 6.884 civis, com outros 10.947 a terem ficado feridos, segundo os cálculos mais recentes da ONU.