Ancara - A Turquia vai decretar três dias de luto nacional pelo ataque a um hospital em Gaza, que provocou na noite de terça-feira 471 mortos, indicou hoje um alto responsável turco.
Segundo a vice-presidente do partido presidencial AKP no parlamento, Özlem Zengin, citada pela estação de televisão estatal turca TRT e a estação privada NTV, o anúncio será oficializado por decreto presidencial.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tinha apelado na terça-feira à noite para "o fim desta brutalidade sem precedentes em Gaza", acusando Israel de ter "atacado um hospital que albergava mulheres, crianças e civis inocentes".
No entanto, o Exército israelita afirmou hoje ter "provas" da autoria do grupo palestiniano Jihad Islâmica deste ataque, uma versão dos acontecimentos apoiada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, actualmente em visita a Israel.
O ataque com um míssil que fez pelo menos 471 mortos, segundo o mais recente balanço, desencadeou fortes reacções na Turquia, onde cerca de 80.000 pessoas se manifestaram na terça-feira em frente ao consulado de Israel em Istambul, de acordo com as autoridades.
O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano Hamas actualizou hoje o número de vítimas na Faixa de Gaza, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos.
A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza.
O movimento islâmico Hamas lançou a 07 de Outubro um ataque surpresa sobre território israelita que designou como operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de combatentes armados por terra, mar e ar, que provocou a morte de pelo menos 1.400 israelitas, incluindo mais de 300 militares, e cerca de 250 pessoas sequestradas, para além das centenas de mortos entre os combatentes do Hamas que se infiltraram em Israel.
Em resposta, Israel desencadeou um bombardeamento generalizado da Faixa de Gaza, numa operação designada "Espadas de Ferro". AM/DSC