Varsóvia - Um tribunal polaco condenou esta segunda-feira 14 membros de uma rede de espionagem acusados de terem preparado actos de sabotagem e recolha de informações ao serviço da Rússia.
Os arguidos tinham sido acusados, no mês passado, de actos como a preparação do descarrilamento de comboios que transportavam ajuda para a vizinha Ucrânia e a vigilância de instalações militares e infra-estruturas críticas na Polónia, país membro da NATO e da União Europeia (UE).
"Após ter examinado o caso, o tribunal declarou todos os acusados culpados de crimes reprováveis e considerou que alguns deles operavam através de um grupo criminal organizado", anunciou o juiz Jaroslaw Kowalski, ao pronunciar a sentença.
Os 14 acusados não estiveram presentes na sala de audiências, mas segundo o tribunal todos se declaram culpados.
Os membros da rede "são russos, ucranianos e bielorrussos", indicou Barbara Markowska, porta-voz do tribunal, em declarações à agência noticiosa AFP.
Dois outros presumíveis membros da rede que retiraram a sua inicial declaração de culpa foram julgados separadamente.
Entre os condenados inclui-se Maxim S., jogador de hóquei sobre o gelo do clube polaco Sosnowiec, cuja detenção em Junho impeliu Moscovo a manifestar "um vivo protesto" e a exigir "explicações completas" às autoridades polacas.
O grupo também incluía "dois advogados ucranianos e um politólogo, um professor de francês, um técnico farmacêutico e um engenheiro informático", indicou o diário polaco Rzeczpospolita.
Segundo a investigação, os membros da rede recebiam ordens através da plataforma Telegram e eram pagos em criptomoedas.
Os 'media' polacos referiram-se a somas que variam entre os 300 e os 10.000 dólares (cerca de 274 e 9.100 euros, respectivamente, ao câmbio actual).
Entre as instalações vigiadas pelo grupo encontram-se postos de controlo na fronteira com a Ucrânia e as principais vias ferroviárias utilizadas para transferir armamento e ajuda humanitária em direcção ao país vizinho.
Também terão distribuído documentos de propaganda "incitando ao ódio" face ao povo ucraniano.
A Polónia tem sido uma forte defensora da Ucrânia desde a invasão militar russa em Fevereiro de 2022. MOY/JM