Luanda – A declaração do estado de emergência anunciada pelo governador da região russa de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, devido aos bombardeamentos das forças ucranianas na zona fronteiriça, está entre os principais destaques do noticiário internacional da ANGOP, na semana que hoje, sábado (17), termina.
Segundo Vyacheslav Gladkov, na plataforma de mensagens Telegram, a situação na região de Belgorod continua extremamente difícil e tensa devido aos bombardeamentos das forças armadas ucranianas que estão a matar civis e a destruir infra-estruturas sociais e económicas.
Desde 6 de Agosto que a Ucrânia tem conduzido uma grande ofensiva na região de Kursk, vizinha de Voronezh, alegando ter conquistado mais de mil quilómetros quadrados de território russo.
Por sua vez, as autoridades russas reconheceram a perda de 28 cidades e afirmaram que as conquistas territoriais ucranianas estendem-se por uma área de 40 quilómetros de largura e 12 quilómetros de profundidade.
De acordo com cálculos da agência de notícias France-Presse (AFP), com base em fontes russas transmitidas pelo Institute for the Study of War (ISW), um 'think tank' norte-americano, as tropas ucranianas avançaram 800 quilómetros quadrados na região de Kursk.
A título de comparação, a Rússia avançou 1.360 quilómetros quadrados em território ucraniano desde 1 de Janeiro deste ano, indicou à AFP.
Entretanto, no decurso de uma reunião especial sobre a situação nas zonas fronteiriças e transmitida pela televisão estatal, Putin considerou que outros dos objectivos da operação militar ucraniana consistem em melhorar as posições de Kiev em eventuais negociações de paz.
"Torna-se agora claro que o regime e Kiev recusaram as nossas propostas para o regresso a um plano de acordo pacífico", disse Putin, citado pela agência Tass.
Contudo, Putin enfatizou que manter conservações com um Governo "que ataca civis" não faz sentido.
As forças ucranianas desencadearam nesta semana uma incursão de assinalável amplitude na região fronteiriça russa de Kursk, a mais importante desde a invasão em larga escala da Ucrânia pelas forças russas em Fevereiro de 2022.
Outro assunto de destaque nos últimos sete dias, foi a retoma, em Doha, Qatar, das negociações de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, que, segundo o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, tiveram um "arranque promissor".
Na reunião, em que participam representantes de Israel, do Qatar e do Egipto e dos Estados Unidos, o grupo extremista Hamas está ausente, alegadamente por ter uma posição clara sobre o problema.
“A nossa posição é clara: não vamos a novas rondas de negociação. Iremos apenas implementar o que foi acordado”, disse Basem Naim, um membro do movimento político do Hamas, à CNN.
A semana ficou também marcada pelo pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma resposta internacional unificada, perante a identificação da nova variante do vírus Mpox na Europa e que as pessoas não entrem em pânico com exemplos "alarmistas".
"A identificação da primeira infecção da clade (variante) 1b do Mpox na Suécia sublinha a necessidade de os países afectados combaterem o vírus em conjunto", afirmou o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O responsável encorajou todos os países a melhorar a vigilância, a partilhar os dados de que dispõem e a trabalharem para compreender melhor a transmissão, bem como a partilhar as vacinas de que dispõem.
A notícia sobre a pretensão de a Itália, na qualidade de presidência em exercício do G7, apresentar em Setembro à ONU um projecto de reconstrução global para Gaza com vista ao "nascimento de um Estado palestiniano", mereceu igualmente destaque no noticiário internacional da ANGOP, na semana que hoje termina.
Segundo o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, em Setembro, à margem da assembleia-geral das Nações Unidas, a Itália vai propor, a nível do G7, um projecto para a reconstrução, não só humanitária, mas também política e económica, de Gaza.
Numa entrevista ao diário italiano La Stampa,Tajani adiantou que "a Itália está pronta a enviar um contingente para trabalhar, numa transição a ser gerida pela ONU e liderada pelos países árabes, para o nascimento de um Estado palestiniano, unindo a Faixa e a Cisjordânia. JM