Washington - O Departamento de Defesa dos Estados Unidos alertou segunda-feira que Moscovo ainda não mobilizou todas as suas forças na invasão à Ucrânia e assegurou que o Presidente russo, Vladimir Putin, mantém como plano ocupar o país vizinho.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, elogiou durante uma conferência de imprensa, a capacidade de "resistência" dos ucranianos à invasão russa.
Mas salientou que "não houve mudança na vontade" do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em ocupar a Ucrânia.
"Putin ainda tem um poder de combate significativo à sua disposição. Ainda não transferiu tudo para a Ucrânia", apontou John Kirby.
Segundo o governo norte-americano, o Kremlin (presidência russa) mobilizou cerca de 200.000 militares na fronteira da Rússia e Bielorrússia com a Ucrânia antes do início da invasão, iniciada na quinta-feira.
John Kirby referiu que a forte resistência dos ucranianos conseguiu atrasar "alguns dias" os planos de Putin, que nesta altura já esperava controlar a capital Kiev.
"Os russos não enfrentaram apenas uma resistência firme e determinada dos ucranianos, mas também os seus próprios problemas logísticos", sublinhou o porta-voz do Pentágono que apelou para que não se "subestime" as capacidades de Moscovo.
Questionado sobre a decisão de Putin em colocar as suas forças nucleares em alerta, Kirby referiu apenas que é "um anúncio desnecessário" e que os Estados Unidos vão analisá-lo.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo