Nova Iorque - A ONU garantiu na quarta-feira que obteve "indicações positivas" para uma possível prorrogação do cessar-fogo temporário no Iémen, em vigor desde 02 de Abril e que termina hoje (quinta-feira), informou a Lusa.
Hans Grundberg, enviado da ONU no Iémen, está a trabalhar intensamente para conseguir a renovação desta trégua, embora até ao momento ainda não exista um acordo para anunciar, referiu o porta-voz do organismo, Stéphane Dujarric.
Na última aparição perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em meados de Maio, Hans Grundberg assegurou que as partes em conflito estavam cientes dos benefícios gerados pela pausa nos combates e estavam em contacto com o enviado da ONU para prolongar o cessar-fogo.
Esta quarta-feira, os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, reafirmaram o apoio "ao apelo" do governo iemenita internacionalmente reconhecido para estender a trégua e aos esforços que estão a ser feitos pela ONU e EUA para tentar chegar a uma solução política para o conflito.
O cessar-fogo começou em 02 de Abril, por um período de dois meses, mas desde o início foi apresentado como prorrogável.
Apesar dos rebeldes houthis e o governo terem-se acusado mutuamente de múltiplas violações ao cessar-fogo, a ONU afirma que a trégua trouxe "benefícios tangíveis" para "a vida quotidiana dos iemenitas".
Entre outros, foi permitido o levantamento temporário do bloqueio aos portos controlados pelos houthis, imposto há seis anos pela coligação militar internacional liderada pela Arábia Saudita em apoio ao governo, o que facilitou a chegada de petróleo e gás ao país.
A retoma dos voos comerciais no aeroporto internacional de Sana, capital iemenita controlada pelos rebeldes desde 2014, também foi autorizada.
O conflito no Iémen eclodiu em 2014, quando os houthis tomaram Sana e forçaram o governo, internacionalmente reconhecido, ao exílio. Uma coligação, liderada pela Arábia Saudita, entrou na guerra no início de 2015 para tentar restaurar a normalidade permitindo o regresso do governo ao poder.
O conflito criou uma das piores crises humanitárias do mundo. Mais de 150.000 pessoas foram mortas, incluindo mais de 14.500 civis.