Telavive - O Presidente israelita, Isaac Herzog, advertiu hoje para uma revolta no país em guerra há mais de um ano e apelou à responsabilidade dos líderes, após a demissão do ministro da Defesa pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que provocou protestos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu demitiu terça-feira o ministro da Defesa, Yoav Gallant, com quem as relações se tornaram tensas durante a guerra em Gaza, e nomeou para o substituir o actual chefe da diplomacia, Israël Katz.
"A última coisa de que o Estado de Israel precisa neste momento é de uma convulsão e de uma ruptura no meio da guerra", frisou Herzog, através da rede social X.
O chefe de Estado israelita apelou aos líderes políticos "para agirem com grande responsabilidade", acreditando que a segurança de Israel deve ser colocada "acima de todas as considerações".
"Não devemos recuar para o abismo! Os inimigos de Israel estão apenas à espera de um sinal de fraqueza, desintegração ou divisão dentro de nós", destacou ainda.
A sua mensagem de conciliação é semelhante à repetida durante os protestos maciços no início de 2023 contra a reforma judicial promovida por Netanyahu, à qual Gallant também se opôs, custando-lhe o seu cargo, apenas para ser readmitido pouco depois devido à crescente pressão nas ruas.
Após o anúncio de Netanyahu, elogiado pelos seus parceiros governamentais, milhares de manifestantes saíram para protestar perto da sua residência em Jerusalém e Telavive.
Mas, também em cidades israelitas perto do Líbano, apesar dos receios de disparos de 'rockets' por parte do movimento xiita libanês pró-Irão.
Já a diplomacia dos Estados Unidos, importante aliado de Israel, saudou o ministro demitido, considerando-o "um parceiro importante em todos os assuntos relacionados com a defesa de Israel".
O Departamento de Estado norte-americano garantiu ainda que vão manter a "colaboração com o próximo ministro da Defesa de Israel".
Yoav Gallant, reconheceu terça-feira que foi demitido por ter contradito o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em três temas relacionados com a guerra: "a minha posição firme sobre o recrutamento universal (incluindo de judeus ultra-ortodoxos), o compromisso de devolver os reféns e a necessidade de uma comissão de inquérito estadual sobre o dia 07 de Outubro".
Após mais de um ano de guerra em várias frentes, os efectivos do Exército estão sob pressão e, nos últimos meses, Gallant provocara a ira dos partidos ultra-ortodoxos, aliados fundamentais da coligação do primeiro-ministro, ao ordenar o recrutamento de 10 mil homens dessa comunidade religiosa em idade de cumprir o serviço militar.
Israël Katz, até agora chefe da diplomacia israelita, cargo que será a partir de agora ocupado por Gideon Saar, anunciou Netanyahu, "já deu provas das suas capacidades e dos seus contributos para a segurança nacional", escreveu o primeiro-ministro para explicar a sua escolha.
Antigo general que se tornou político, Yoav Gallant era considerado um "falcão" dentro do Governo, na condução da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, desde o sangrento ataque do movimento islamita palestiniano Hamas ao sul de Israel, a 07 de Outubro de 2023, que desencadeou a guerra naquele enclave palestiniano. GAR