Montevideu - Os esquerdistas da Frente Ampla obtiveram mais lugares no Senado e Câmara dos Deputados nas eleições gerais de domingo no Uruguai, mas as futuras coligações poderão alterar as forças que influenciarão a governação do país.
A coligação de esquerda Frente Ampla - formada, entre outros, pelo Movimento de Participação Popular (MPP), liderado pelo ex-Presidente José Mujica - obteve 16 dos 30 lugares disputados para o Senado, seguido pelo Partido Nacional - também conhecido por Branco -, com nove lugares, e o Partido Colorado, que ficou em terceiro lugar ao eleger cinco senadores.
No entanto, a situação não é tão clara na Câmara dos Deputados, na qual a Frente Ampla obteve 44% dos votos, passando a contar com 48 deputados, dois a menos para alcançar a maioria absoluta.
Por sua vez, o Partido Nacional conquistou 29 lugares, à frente do Partido Colorado, que obteve outros 17, segundo dados da Justiça Eleitoral do Uruguai.
A formação Identidade Soberana elegeu dois deputados, o Cabildo Aberto, partido de extrema-direita, conquistou outras duas cadeiras e o Partido Independente, uma formação social-democrata, elegeu um único deputado.
Já na legislatura anterior, o Partido Nacional - actualmente no poder - teve de chegar a acordos com outras formações políticas no Parlamento para prevalecer sobre a Frente Ampla, que tinha mais lugares em ambas as Câmaras.
Esta configuração parlamentar resulta das eleições realizadas no domingo, onde a população foi também chamada às urnas para escolher o novo Presidente do país, bem como para mostrar o seu apoio ou rejeição a duas propostas de reforma constitucional relativas às pensões e às rusgas nocturnas aos domicílios por ordem judicial.
Relativamente às eleições presidenciais, o candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, obteve 42,5% dos votos, enquanto o representante do Partido Nacional, Álvaro Delgado, ficou em segundo lugar com 26,9% dos votos. Ambos vão disputar uma segunda volta, que será realizada em 24 de Novembro. MOY/JM