Jerusalém - O ministro Benjamin Gantz, membro do gabinete de guerra criado após os ataques de 7 de Outubro, disse hoje que as autoridades israelitas "tomam decisões apenas de acordo com seus interesses", negando pressões norte-americanas sobre a operação terrestre.
"Estamos a tomar decisões com base apenas nos nossos próprios interesses", explicou o ministro, acrescentando, no entanto, que as autoridades de Israel apreciam o apoio dado até agora pelos Estados Unidos.
De acordo com o Wall Street Journal, que cita autoridades norte-americanas e israelitas, Israel aceitou adiar a ofensiva na Faixa de Gaza para que os Estados Unidos possam instalar defesas anti-mísseis para proteger as suas tropas, o que deverá acontecer ainda esta semana.
"Só nós defenderemos a nós mesmos e a cada judeu", disse Gantz, que já foi ministro da Defesa, garantindo que não existe o risco de Israel ser eliminado como nação soberana.
Ainda assim, Gantz reconheceu que virão "tempos difíceis", antes de se mostrar satisfeito com a sua decisão de ingressar no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após os ataques do Hamas.
O ministro informou que as autoridades israelitas "estão conscientes das dificuldades" que os civis enfrentam e anunciou que "irão trabalhar num novo plano para a área" da Faixa de Gaza, com o objectivo de garantir a segurança das populações.
O grupo islamita palestiniano Hamas lançou em 7 de Outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infra-estruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e electricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.AM/DSC