Londres - O governo britânico saudou hoje o "desanuviamento" verificado no fim-de-semana, após os motins de anti-imigração que abalaram o Reino Unido durante uma semana, mas assegurou continuar "em alerta" para impedir um ressurgimento dos distúrbios.
"Regozijamo-nos com o desanuviamento ocorrido no fim-de-semana", declarou uma porta-voz do primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, acrescentando que "o trabalho (do Governo) não estará concluído enquanto as pessoas não se sentirem em segurança nas suas comunidades".
No sábado, segundo o site Notícias ao Minuto, milhares de britânicos participaram em novas manifestações antirracistas em várias cidades, para condenar a violência xenófoba e islamófoba da semana anterior no país.
Os motins anti-imigração, os piores registados no Reino Unido desde 2011, ocorreram em várias cidades de Inglaterra e da Irlanda do Norte, onde grupos de extrema-direita atiraram garrafas, pedras e latas contra agentes da autoridade, atacaram mesquitas e incendiaram um hotel que albergava requerentes de asilo.
Foram desencadeados por um ataque com arma branca que vitimou três raparigas, a 29 de Julho, em Southport (noroeste de Inglaterra), alimentados por rumores nas redes sociais, entretanto parcialmente desmentidos, sobre a nacionalidade do suspeito, um adolescente de 17 anos britânico, de ascendência ruandesa.
No total, mais de 900 detenções, 460 acusações e primeiras condenações a prisão efectiva para desordeiros e publicações 'online' que incitaram à violência ocorreram nos dias seguintes.
Quanto à crise no Médio Oriente, Starmer juntou-se hoje a França e à Alemanha para instar o Irão e os seus aliados a absterem-se de ataques que "possam agravar ainda mais as tensões" na região.
Num comunicado conjunto hoje divulgado, Starmer, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, saudaram "o trabalho incansável" de mediação do Qatar, do Egipto e dos Estados Unidos para alcançar um acordo que conduza a um cessar-fogo e à libertação de reféns na Faixa de Gaza. JM