Kinshasa - O Conselho de Segurança das Nações Unidas prorrogou hoje por um ano o regime de sanções impostas à República Democrática do Congo (RDCongo), com a abstenção dos três países africanos membros, da Rússia e da China.
O texto, redigido pela França, que requeria, pelo menos, nove votos a favor, foi apoiado pelos restantes 10 membros do Conselho, incluindo seis Estados ocidentais, Brasil, México, Emiratos Árabes Unidos e Índia.
Ghana, Gabão, Quénia, Rússia e China foram unânimes nas respectivas declarações de voto em denunciar uma resolução que vai contra a soberania da RDCongo e limita, segundo afirmaram, a capacidade do país de lutar contra os grupos armados, que continuam a proliferar, especialmente no nordeste do Estado da África Central.
O regime de sanções imposto a Kinshasa obriga a RDCongo a fornecer uma notificação prévia para a aquisição de armas, o que os seus críticos consideram burocrático.
A França recordou a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizada na véspera, durante a qual foram expressas preocupações sobre o ressurgimento da violência no nordeste do país.
"O Conselho de Segurança deve poder sancionar os responsáveis pela instabilidade no leste da República Democrática do Congo", disse o embaixador francês junto da ONU, Nicolas de Rivière, argumentando que o procedimento de notificação tinha sido facilitado e não "punha em causa o embargo de armas aos grupos armados activos" na RDCongo.
Os cinco países que se abstiveram queriam, como Kinshasa, a abolição de qualquer notificação de aquisição de armas.