Moscovo - A China garantiu hoje que os negócios com a Rússia no sector energético se baseiam no "respeito e benefício mútuo", após a União Europeia e o G7 terem imposto um limite de preço por barril para o petróleo russo.
"China e Rússia sempre cooperaram no sector energético com base no respeito e benefício mútuos", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.
A porta-voz disse ainda que o petróleo é um dos "bens necessários" no mundo, considerando o combustível fóssil "essencial" para garantir o abastecimento mundial de energia de forma segura.
"Acreditamos que todas as partes devem fazer esforços construtivos para esse fim", acrescentou Mao, quando questionada se Pequim ia aderir ao acordo para fixar o limite máximo do preço do petróleo russo nos 60 dólares por barril.
A União Europeia (UE), os sete países membros do grupo das nações mais industrializadas (G7) e a Austrália acordaram, na semana passada, em impor tal limite de preço, com o qual pretendem impedir que a Rússia "beneficie da guerra de agressão contra a Ucrânia".
Desde o início da guerra, em Fevereiro deste ano, as sanções contra a Rússia por parte dos Estados Unidos e da maioria dos países europeus atingiram muitas áreas da economia do país.
A China aproveitou a sua posição ambígua no conflito para aumentar as importações de petróleo russo.
Moscovo é agora o maior fornecedor de petróleo da China, tendo superado a Arábia Saudita no verão passado.
A Rússia já declarou que não vão faltar compradores para o seu petróleo e que vai redireccionar as suas exportações para a Ásia.
O petróleo russo é vendido actualmente no mercado com um desconto de cerca de 20 dólares, em relação ao Brent, negociado em Londres e referência para o mercado europeu.