Londres - A criminalidade violenta tem aumentado neste último ano na América Latina e nas Caraíbas e, no meio de uma crise económica mundial no preço dos combustíveis e de bens essenciais, um estudo concluiu que dois terços das cidades mais perigosas do mundo se situam na América do Sul e na América Central.
Segundo um estudo da empresa de análise de risco Verisk Maplecroft, citado pelo jornal britânico The Guardian, oito das 12 cidades que receberam a pior classificação num índice de violência localizam-se na América Latina.
"O papel da região no tráfico de narcóticos transnacional e a continuado fortalecimento e sofisticação das organizações de tráfico de drogas e gangues são fatores-chave que salientam o perfil de risco da América Latina", aponta o estudo.
No topo da lista continuam Cabul (Afeganistão), que nos últimos meses teve de lidar com o regresso dos talibãs ao poder e é, "sem surpresas", a cidade mais perigosa do mundo; e Mogadíscio (Somália), onde a instabilidade política, o racialismo islâmico e a fome geraram violentos conflitos.
O estudo avaliou 579 grandes cidades por todo o mundo, considerando taxas de homicídio, actos terroristas, conflitos e insatisfação popular. No top 100 das cidades consideradas mais perigosas, 62 estão na América Latina.
"Juntando-se a Cabul no topo da lista, estão Mogadíscio (Somália), Cali (Colômbia), Sanna (Iémen), Port-au-Prince (Haiti), Aleppo (Síria), Medellín (Colômbia); Kaduna (Nigéria) e Maracaibo e Barquisimeto na Venezuela. Estas cidades enfrentam conflito e terrorismo enraizado, riscos de crime sérios e insatisfação popular grave e generalizada", explica o estudo.
Dentro das 30 maiores cidades do mundo, o top 3 é liderado apenas por cidades americanas: Bogotá (Colômbia), Cidade do México (México) e Rio de Janeiro (Brasil).
Apesar das cidades mais perigosas do mundo se concentrarem num continente, as razões que as colocam no índice são mais diversificadas. Se as cidades colombianas são referenciadas como importantes centros no narcotráfico mundial, outras cidades, como Port-au-Prince, no Haiti, atravessam enormes dificuldades dada a uma mistura de instabilidade política, desastres naturais, guerras de gangues e inflação galopante dos bens essenciais.
O estudo acrescenta que a criminalidade violenta também está aumentar nos Estados Unidos, com cidades como Baltimore e Memphis a serem consideradas cidades de "risco extremo".
Também na África do Sul o crime tem aumentado, especialmente na Cidade do Cabo, Joanesburgo e Pretória, que também surgem em lugares de destaque na lista.