Beijing - A China popular suspendeu a emissão de vistos de curto prazo para sul-coreanos, na primeira retaliação de Beijing contra as restrições impostas a viajantes chineses, face ao rápido aumento de casos de covid-19 no país.
A embaixada chinesa na Coreia do Sul anunciou que os vistos para negócios, turismo, tratamento médico, escalas aéreas e assuntos privados vão ser suspensos para cidadãos sul-coreanos.
A suspensão foi desencadeada por "restrições de entrada discriminatórias impostas pela Coreia do Sul à China", lê-se no comunicado.
A Coreia do Sul suspendeu a emissão de vistos de curto prazo para viajantes chineses até 31 de Janeiro, impedindo a entrada de turistas no país.
Os voos entre a Coreia do Sul e a China também estão limitados ao aeroporto internacional de Incheon, em Seul. Foram suspensas as ligações de Busan, Daegu e Jeju.
O anúncio da embaixada da China surge depois de o recém-nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, ter protestado junto do seu homólogo sul-coreano, Park Jin, sobre as restrições de viagem, durante uma conversa por telefone, na segunda-feira.
Qin expressou "preocupações" e instou Seul a manter uma "atitude objectiva e científica", de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Vários outros países impuseram restrições a viajantes oriundos da China, apontando preocupações com o recente aumento de casos de covid-19 no país e o surgimento de uma nova variante do novo coronavírus.
As restrições consistem, sobretudo, na obrigação de fazer um teste 48 horas antes de embarcar, uma medida que a China impõe também a quem viaja para o país.
Nos últimos três anos, o país asiático impôs um sistema de quarentena em instalações designadas, que chegou a ser de 28 dias em algumas províncias, e a realização de vários testes, incluindo o serológico e o PCR, para quem chegava à China vindo de fora.
A China diz agora que vai adoptar "medidas recíprocas" para responder aos países que impuseram medidas de prevenção face ao aumento de casos que abandonou a política de “zero casos” de covid-19 em Dezembro, desencadeando uma vaga de infecções sem precedentes.