Luanda - A direcção do Instituto Nacional do Património Cultural está apostada na reestruturação e modernização de alguns dos museus do país.
Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, e que adquire, conserva, estuda, comunica e expõe testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, tendo em vista o estudo e a educação.
A informação foi prestada à ANGOP, pela directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel, a propósito do Dia Internacional dos Museus (18 de Maio), que esse ano se comemora com o lema "O poder dos museus".
Segundo a directora, Cecília Gourgel, a modernização abrangerá os museus nacionais da Escravatura (Luanda), do Dundo (Lunda Norte) e de Mbanza Congo (Zaire), com destaque na digitalização, tendo em vista os desafios do futuro, visando impulsionar a transformação e adaptação à velocidade com que se dá a transição digital.
"O estado actual dos museus no país é positivo, pois continuam a conservar e divulgar as colecções sob a sua guarda, apesar de alguns museus necessitarem de intervenções de reabilitação nas infra-estruturas e das acções de capacitação dos quadros para dar resposta as funções museológicas", disse.
A directora explicou que o projecto de requalificação dos museus, com maior incidência para o Regional do Dundo, engloba a reabilitação do edifício central que contemplou a montagem da exposição temporária com equipamentos modernos, designadamente vitrinas, lâmpadas e sistema de videovigilância, entre outros equipamentos.
Está em curso a montagem dos equipamentos de novas salas de exposições temporárias, do auditório, do bazar e a conclusão da construção do depósito, isto no âmbito da primeira fase de requalificação.
Em relação a segunda fase, prosseguiu, vai contar com a requalificação da área do laboratório e do seu espaço anexo.
Cecília Gourgel lembrou que, antes do choque causado pela Covid-19, até há pouco anos, havia interesse dos cidadãos do mundo com predisposição e interesse para visitar os museus.
Estudos realizados pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM), organismo da UNESCO, confirmam que os museus foram fortemente afectados pela pandemia.
De acordo com os estudos, a crise da Covid-19 levou quase 90 porcento dos museus, ou seja, mais de 85 mil instituições museológicas, a fecharem suas portas.
Além disso, em África e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento apenas 5 por cento dos museus foram capazes de oferecer conteúdo online para o público.
Segundo os estudos a que a ANGOP teve acesso, quase 13 por cento dos museus ao redor do mundo talvez não consigam reabrir.
Actualmente, de acordo com Cecília Gourgel, pode-se olhar para os museus com perspectiva de futuro, numa altura em que entra para a agenda a inevitável transição digital, um dos imperativos desta década.
Com esta transição, destaca, será possível digitalizar os acervos e colocá-los online.
"É fundamental olhar para o futuro e emergir da era digital, depois da pandemia ter abalado as estruturas do sector da cultura, um dos mais afectados com museus e monumentos a sofrerem repercussões económicas e sociais sem precedentes", disse.
A celebração da data é feita desde o dia 18 de maio de 1977, por proposta do ICOM – Conselho Internacional de Museus (organismo da UNESCO), com objectivo de conscientizar o público em geral sobre o papel dos museus no desenvolvimento das sociedades.