Luena – Ngeya, palavra de origem da língua Cokwe, que significa euforia ou festa, na tradução livre, é, doravante, o nome oficial do maior Festival de Música e Dança da Região Leste do País, a decorrer de 23 a 24 de Junho, no Luena.
Depois da experiência da edição experimental decorrido em 2022, na cidade do Dundo, província da Lunda Norte, esse projecto financiado pelo Catoca, vai congregar 126 artistas das províncias do Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte.
Sem carácter competitivo, o festival, a decorrer no pátio do Complexo Turístico do Monumento a Paz, vai exibir os principais ritmos tradicionais e folclores das províncias do Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte.
Apesar de não possuir carácter competitivo, o Ngeya, que entra no “roteiro cultural” da responsabilidade social do Catoca, vai agraciar com um milhão de Kwanzas a cada um dos três grupos participantes por província.
A organização justifica o carácter não competitivo com a necessidade de se promover o resgate e diálogo intercultural, encontro de gerações e de construção de legados para promoção da multicultural destas três províncias de Angola.
A dança tradicional configura-se numa manifestação cultural popular, durante a qual povo de determinada região, no caso o do Leste de Angola, manifesta sentimentos, evoca, venera e perpetua a ancestralidade.
Por ser uma herança cultural, e por constituir-se numa riqueza cultural, a dança precisa de ser exibida para eternizar os múltiplos comportamentos, práticas e atitudes evidenciada por via do divertimento, animação e acção de graças.
Numa região típica de multiculturalismo, com os Cokwes e os Luvales a serem os mais predominantes, espera-se que os grupos esmerem-se para mostrar aos visitantes, estudiosos, curiosos e população todo o poderio do folclore da região, da gastronomia, do artesanato e do turismo cultural da região.
Embora a Tchianda seja o “cartão de visita” das danças típicas da região e, provavelmente a mais internacionalizada, com a singularidade de ser dança e música, o evento será um palco privilegiado para se exibir outras potenciais “milenar”,como é o caso do Makopo, Mitingui, Maringa, além do Kalofolofo, Kauali, Hulengo, Kandemba, Musheta, as menos conhecidas regionalmente.
O público, já eufórico, estará para assistir essas míticas danças que confundem-se, ou pelo menos, têm dupla função, a de música e dança, cuja responsabilidade está atribuída aos grupos Nejas, Ihalo, Marimba Kayowe, Wino Wa Tembo e Nhamusso, todos do Moxico.
Com já algum percurso nessas andanças, as agremiações do Zango Tchissela, Mba Heza Mitingui e Kulimaka Tchyanda, da Lunda Sul, têm responsabilidade acrescida, e, à mesma dimensão, o Txako Txa Utxokwe, Mwesseke Utalé e Maringa, da Lunda Norte.
Esses aspectos e a necessidade do reforço da angolanidade étnico-cultural vão atiçar a curiosidade da população para comparecer, esta sexta-feira, em massa, no majestoso Complexo Turístico do Monumento a Paz, palco do evento, cujas autoridades afins estimam uma presença de mais de 10 mil pessoas.LTY/YD