Lubango – Os fazedores de artes cénicas na cidade capital do Lubango, província da Huíla, defenderam hoje, segunda-feira, a inserção do teatro como disciplina nas instituições públicas e privadas.
Ao abordar a temática por ocasião do Dia Mundial do Teatro (27 de Março), os actores sublinharam que a inclusão da disciplina no currículo do ensino dará mais possibilidades do aluno desenvolver a capacidade de comunicação e de expressão, assim como a de interpretar, contextualizar, decifrar e assimilar os diferentes códigos da produção artística.
A actriz, há mais de 20 anos, do grupo Kandimbas de Santa Cecília, Rosa Quirino, considerou que o teatro nas escolas promoverá a sociabilidade, bem como ajudará a vencer a timidez e a propiciar a melhoria da comunicação verbal e corporal, aumentando da auto-estima da criança.
O encenador e actor do grupo acima referido, Augusto Antero, considera que o teatro “constitui uma das mais belas artes de representação”, daí a necessidade de se desencadear na base (escolas), para que as crianças tenham um crescimento psico-motor saudável.
Por sua vez, o coordenador provincial de teatro, José Diniz, afirmou que esforços estão a ser feitos na perspectiva de inserir essa arte como disciplina nas escolas públicas e privadas sediadas no Lubango.
“É uma tarefa difícil, mas não impossível. Acreditamos que nos próximos tempos, atendendo o potencial dessa arte na província, o governo vai abrir portas para a sua inserção nas escolas”, disse.
Actores queixam-se da falta de salas de espectáculos
Essa carência de salas tem condicionado, em grande medida, o desenvolvimento da arte na província da Huíla, pois os grupos teatrais fazem recurso a locais improvisados.
O actor há mais de 30 anos de carreira artística no ramo de teatro, Timóteo Júnior, advogou a necessidade “urgente” da construção de salas apropriadas.
O actor Delfin Ndalila considerou pertinente o investimento no sector, sobretudo com a criação de espaços modernos, com condições técnicas para as artes do palco, para melhor representação e acomodação dos espectadores.
Na mesma senda, o delegado da União dos Artistas e Compositores (Unac-SA), na Huíla, Serafim Afonso, solicitou ao governo local a inscrever nos seus projectos essa preocupação, para o bem da qualidade do teatro, da poesia e da dança.
Salientou que viver do teatro em Angola só é possível “quando existirem salas adequadas para o efeito, porque, a escassez atrasa o incentivo de mais actores amadores e profissionais que queiram enveredar para o mundo das artes. JT/MS
