Luanda - O director do Centro de Ciência de Luanda (CCL), Diogo Morais, defendeu este sábado, em Luanda, maior aposta na divulgação da tradição oral através da literacia científica e tecnológica das crianças e jovens.
Falando à imprensa, no final da 4ª edição do programa “Estórias no Imbondeiro”, realizada no último fim-de-semana de cada mês, sublinhou que a aposta vai beneficiar a cultura angolana, trazendo mais abertura para o conhecimento.
“A tradição oral, na verdade, também passa algum conhecimento. E essa é a nossa missão, tanto transmitir esse conhecimento, a tradição oral, e preservar a nossa própria cultura também", disse.
Diogo Morais reforça que o programa “Estórias no Imbondeiro”, além de partilhar o componente cultural e associar a ciência, encaixa-se na missão do CCL que passa por divulgar e comunicar ciência.
A iniciativa, explicou, está a ser bem recebida, portanto, nós conseguimos ver os números crescerem, porque o evento foi bem recebido pela população.
Por seu turno, o escritor José Luís Mendonça, destacou a inovação que o evento ganha em cada edição.
“Nós a cada sessão vamos inovando, não tínhamos as imagens, a projecção, enquanto contávamos as histórias, agora já temos, e não tínhamos as crianças a dançar no palco, elas vêm espontaneamente, quer dizer que o público também é que faz o evento”, realçou.
Realçou que são divulgados conhecimentos, e os que mais se projecta é a lição da moral.
Referiu que são lições que ensinam as comunidades o comportamento, leis, civismo e outras coisas importante.
A 4ª edição do programa “Estórias no Imbondeiro” levou ao público cinco novas estórias, nomeadamente, Ombela, a Origem das Chuvas, do escritor angolano Ondjaki, uma recriação com base na tradição ovimbundo, pois “Dizem os mais-velhos que a chuva nasceu da lágrima de Ombela, uma deusa que estava triste.
A segunda estória, “O Homem e o Monstro”, recolhida em Malanje, fala de um chefe de família que visita os sogros, mas é interpelado no caminho por um monstro que o obrigava a repartir tudo o que recebera dos parentes.
Seguiu-se a Águia e o Candimba (coelho), outro conto da tradição ovimbundo, recriada pelo escritor Raúl David, cujo enredo anda à volta de um machado emprestado pelo coelho à águia e, na falta de devolução por esta, só o cágado resolverá a disputa.
Do livro Kilandukilu (divertimento, em quimbundo), recolha do escritor angolano Óscar Ribas, contou-se a estória O Sapo e o Elefante que narra a disputa da senhora Maria, que tanto o sapo como o elefante pretendiam para esposa.
No final, o sapo leva a melhor sobre o elefante através da astúcia.
“O Leão e a Toupeira eram amigos.” Assim começa a última estória, uma fábula da literatura oral de Icolo e Bengo.
Esta fábula ensina a comunidade a reflectir antes de tomar uma decisão, como enfrentar as dificuldades e como ficar longe da tristeza.
O Centro de Ciência de Luanda é uma Instituição pública vocacionada à divulgação científica, criado ao abrigo do Decreto Presidencial n.º 284/21, de 01 de Dezembro, dotado de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
O Centro tem por missão prosseguir os objectivos da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, adoptada pelo Executivo, mediante a realização de actividades de divulgação ou popularização do conhecimento científico, com o objectivo de elevar a literacia científica e tecnológica, da população, em geral, e das crianças e jovens, em particular. HM/VIC