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Escolas históricas do Lubango em risco de ruir

     Educação              
  • Huíla • Sexta, 13 Outubro de 2023 | 09h13
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Instituto Politécnico Nº 131 do Lubango (Ex-IMEL)
Instituto Politécnico Nº 131 do Lubango (Ex-IMEL)
Amélia Oliveira - ANGOP
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Interior do Colégio Nº 57  "1º de Dezembro" do Lubango (Escola Popular)
Interior do Colégio Nº 57 "1º de Dezembro" do Lubango (Escola Popular)
Amélia Oliveira - ANGOP

Lubango – Pelo menos quatro escolas imponentes e de referência, que marcaram gerações, no Lubango, província da Huíla, como a “27 de Março”, a “14 de Abril”, a “Popular” e a “Friedrich Engels”, datadas da era colonial, carecem de reabilitação profunda e urgente, para evitar o risco de inutilidade, apurou a ANGOP.

Durante uma visita às escolas, a ANGOP constatou no Instituto Politécnico do Lubango nº13 (antigo Friedrich Engels e IMEL), no Colégio 1º de Dezembro (ex-Popular), 14 de Abril e a 27 de Março, a deterioração da pintura, a existência de fissuras nas paredes, infiltração no tecto, portas sem fechaduras e janelas sem a vidraça, entre outras debilidades que as deixam em estado de quase abandono.

Ao falar da sua instituição, o director do Instituto Politécnico do Lubango (IPOLUB) nº131, Armindo Gabriel, referiu que a escola beneficiou de uma intervenção entre 2008 e 2009 e de lá para cá nada mais foi feito e a degradação acelerou-se.

Reconheceu que “a imagem da instituição está beliscada”, começando pela pintura exterior e interior, mas não consegue fazer mais pela limitação do orçamento, pois dependem do Governo da Huíla e a dotação que este faz serve, somente, para as despesas de funcionamento.

Este montante, conforme a fonte, fixado entre um a dois milhões de kwanzas/mês é destinado a gastos pontuais, como o pagamento da luz, água, segurança, limpeza, compra de material gastável, pelo que está longe de assegurar a manutenção da escola.

Armindo Gabriel declarou que nos anos de 2012 e 2013 fez-se pinturas internas de todas as salas de aula, depois daí não se conseguiu dar mais avanços nas questões de manutenção do instituto.  

Avançou já ter sido feita uma solicitação de uma cabimentação para manutenção e, durante algum tempo, para além do valor mensal, a escola recebia um adicional em que iniciaram primeiramente, em 2022, por fazer parte do muro de vedação, a fim de garantir maior segurança, mas ficou interrompido pela situação financeira actual.

“Precisamos rever os nossos quartos de banho, onde há necessidade de repor-se a água e torneiras, muitas delas vandalizadas pelos alunos, assim como a louça sanitária. Temos 18 quartos de banho, dos quais 12 estão funcionais e os restantes encerrados por degradação”, disse.

A estrutura construída na era colonial, foi aberta em 1978, tendo já passado por várias designações, conta com oito cursos em três áreas de formação, administração e serviços, informática e hotelaria e turismo, carece de pelo menos mais três milhões kwanzas/mês para poder faseadamente alocar na manutenção da escola.     

Uma outra instituição e no estado mais preocupante é o Colégio nº 57, antiga 1º de Dezembro  também conhecida por Escola Popular, cuja Já a subdirectora pedagógica Carla Holo referiu a que a par da carência de renovação da pintura exterior, têm fissuras no tecto, compartimentos sem janelas e portas, falta de água e alguns focos de lixos depositados no perímetro pela comunidade circunvizinha.

Segundo a responsável a escola recebeu visitas da administração do município, da Educação, Obras Públicas e das Águas, que fizeram o levantamento para poderem aos poucos resolver-se a situação.  

Frisou que a escola existe desde 1969 e teve apenas uma reabilitação total de 2002 a 2004, após esse período têm feito apenas trabalhos paliativos, por falta de dinheiro, pois não é orçamentada.

Afirmou que por causa da vandalização de algumas sanitas, a direcção da escola adoptou pela construção de algumas tradicionais a base de cimento, numa escola que tem matriculado mais de dois mil alunos em 76 salas de aula.

A mesma situação verifica-se no Colégio 1.320, a antiga “14 de Abril”, que teve uma reabilitação e ampliação em 2005, segundo a directora da instituição Lucília Amaro Pinto, mas que vai apresentando há anos sinais de desgaste profundos.

“A escola não está bem, temos salas sem portas, sem vidros e sem janelas. Há também fissuras no tecto e até no anterior, a comparticipação dos pais, que foi anulada, ajudava, depois disso as dificuldades pioraram”, manifestou.

Explicou que auguram a materialização de um projecto de ampliação da escola, de 12 para 16 salas de aula, a inserção de gabinetes pedagógicos e biblioteca, um plano já remetido ao Governo desde 2022.

Por sua vez, a directora do Colégio nº 110, então “ 27 de Março”, Eva Lombe, disse que a instituição teve a última intervenção em 2000 e por ser uma estrutura é antiga carece de obras, embora ainda conserve alguns compartimentos.

“O tecto de três salas e do corredor principal da escola tem infiltração de água da chuva. Temos também fissuras, carece de reposição de portas e janelas, preocupações já do conhecimento das instâncias competentes”, continuou.

Destacou que o processo de ensino e aprendizagem deveria estar associado não apenas ao cumprimento do programa lectivo, mas sim as condições materiais acabam por ter um papel fundamental no aproveitamento escolar, pois quanto melhor forem as condições, o rendimento e a entrega dos professores e alunos é maior.

A reabilitação e manutenção de escolas do 1º e 2º ciclo do ensino secundário do município são de responsabilidade do Governo da Huíla, pelo que a administração do município tem apenas a referida responsabilidade com o ensino primário, da iniciação à 6ª classe.

O município do Lubango conta com 103 escolas do ensino primário, 29 colégios, 31 complexos escolares e sete instituições do ensino médio. EM/MS





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