Luanda - A participação de Angola nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM), em Washington, Estados Unidos da América, constitui um dos destaques do noticiário económico da semana finda.
A presença da comitiva no evento, igualmente conhecido como encontro de Bretton Woods, de 21 a 26 deste mês, na capital norte-americana, resultou, entre vários benefícios, na aprovação de um empréstimo de cerca de 500 milhões de dólares ao país.
Segundo o ministro do Planeamento e chefe da delegação no evento, Victor Guilherme, o dinheiro servirá para financiar as acções do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024 e 2025.
Durante cinco dias, dominaram as conversações entre delegações de vários Estados e os representantes do grupo Banco Mundial e FMI temas ligados aos desafios da dívida e do financiamento nos países de baixo rendimento e nos mercados emergentes.
Estiveram igualmente em evidência matérias relacionadas com o “financiamento climático” e “o estado de implementação dos projectos financiados pelo BM - constrangimentos/desafios e próximos passos”.
O evento visou promover a cooperação económica e o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros, assim como ajudar a equilibrar as balanças de pagamento.
Integraram a comitiva nacional, além do ministro do Planeamento, a titular da pasta das Finanças, Vera Daves, o governador do BNA e governador suplente junto do FMI, Tiago Dias, e o presidente do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel, assim como representantes da banca nacional e empresários.
Ainda no âmbito das reuniões, o director da Unidade de Gestão da Dívida (UGD), Dorivaldo Teixeira, fez saber que Angola prevê concluir, até 2028, o pagamento do empréstimo contraído à China, num montante de cerca de 10 mil milhões de dólares, caso se mantenha o actual ritmo na liquidação antecipada da mesma.
Outro assunto de destaque prende-se com a realização, na cidade de Saurimo, província da Lunda-Sul, da 2ª Conferência Internacional de Diamantes de Angola, uma iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que visou a atracção de investimentos para a expansão da cadeia de valores deste mineral estratégico.
O certame contou com a participação 120 empresas dos subsectores dos diamantes, banca, prestação de serviços, entre outras áreas.
Na ocasião, o ministro do sector, Diamantino de Azevedo, anunciou que o país pretende implementar, voluntariamente, um sistema de rastreamento de diamantes, para permitir que o mineral estratégico seja comercializado sem qualquer dúvida sobre a sua origem.
Os conferencistas recomendaram a adopção da Mineração 4.0, para a optimização de fluxos de trabalho, redução de tempos de inactividade e melhoria na produtividade geral das operações de mineiros.
Teve também realce nos últimos sete dias o anúncio do início de voos de passageiros, a partir do dia 10 de Novembro, no Aeroporto Internacional António Agostinho Neto (AIAAN), de forma gradual.
O processo de transferência dos voos domésticos e internacionais de passageiros do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o AlAAN deverá estar concluído até 31 de Março de 2025, de acordo com um decreto do Ministério dos Transporte, assinado pelo titular do pelouro, Ricardo de Abreu.
No período em análise, o Executivo angolano reiterou o seu compromisso de alto nível para a implementação do plano de acção do GAFI para o reforço do Sistema Nacional de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e à Proliferação de Armas de Destruição em Massa.
O Plenário do Grupo de Acção Financeira (GAFI) deliberou, em Paris, França, a inclusão de Angola na lista de países sob monitorização reforçada, na qual são incluídos Estados que se comprometem a resolver rapidamente as deficiências estratégicas identificadas, dentro dos prazos acordados com o GAFI.
O país foi sujeito a um período de observação de um ano, durante o qual deveria resolver 87 acções recomendadas. Resolveu 70 deficiências.
Durante o período de observação, Angola fez progressos significativos, tendo alterado e criado instrumentos legais essenciais para o sistema nacional de prevenção e combate ao branqueamento de capitais, financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa.
O sector petrolífero, por sua vez, apresentou, no decurso da semana, as realizações do mercado referente ao 3º trimestre do corrente ano e analisou as perspectivas para os últimos três meses de 2024.
Os dados indicam que o país exportou, neste espaço de tempo, cerca de 102,1 milhões de barris de petróleo bruto, avaliados em aproximadamente 8,1 mil milhões de dólares, representando um aumento de 5,42% comparativamente ao trimestre anterior.
Fizeram igualmente eco no noticiário da agência, nos últimos sete dias, o Fórum Anual de Fomento ao Compliance e Boas Práticas Corporativas, a 4ª Conferencia Economia e Mercado sobre Ambiente e Desenvolvimento, bem como as sessões de consulta pública do Plano Director do Gás e da Proposta Estratégica dos Biocombustíveis de Angola.
Por seu turno, o Standard Bank Angola anunciou a disponibilidade no seu portfólio de mais de 100 milhões de dólares para créditos às pequenas e médias empresas em vários sectores, desde agricultura, comércio, petróleo e gás.
O director executivo, Fernando Chivinda, disse ser "filosofia" da instituição financeira garantir suporte em diferentes áreas para incentivar a economia do país. ACC/VC