Luau – O contrabando de combustível no município fronteiriço do Luau, na província do Moxico, “é mais grave do país”, alertou, esta quarta-feira, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado.
Em declarações à imprensa, após uma deslocação àquela região localizada a leste da cidade do Luena, fronteiriça à República Democrática do Congo (RDC), o governante considerou que, em comparação com o município do Soyo (Zaíre) e outras zonas do país visitadas, o contrabando de combustível no Luau apresenta níveis "preocupantes".
Para se contrapor este fenómeno, Francisco Furtado defendeu a proibição de licenciamento de bombas de combustível pelo Instituto Regulador dos Derivados de Petróleos, como forma de "acabar" o contrabando.
Exemplificou que aquela região possui 10 vezes mais o número de bombas em relação à capital da província (Luena), situação que tem propiciado, em grande escala, o negócio ilícito de combustível.
"...o licenciamento de bombas de combustível tornou-se igual às lojas de conveniência. Os estrangeiros também correm neste negócio que é exclusivamente para os angolanos", disse o Ministro do Estado.
Lamentou o facto de o fenómeno estar a aliciar até crianças e jovens em idade escolar, que têm esse negócio como caminho fácil para ter dinheiro.
Neste trabalho, prosseguiu, será enquadrada a Procuradoria Geral da República (PGR), o Ministério do Interior para se impedir este fenómeno, reconhecendo que "o negócio tornou-se grande por nossa culpa".
Furtado disse que foi informado, durante a reunião com os membros do governo do Moxico, e Órgãos do Ministério do Interior e da Administração Geral Tributária (AGT), que mensalmente, dos 200 mil litros mensais de combustíveis que a municipalidade beneficia, 90 por cento é desviado e comercializado na RDC.
Na municipalidade, o ministro visitou algumas bombas de combustível, a fronteira do Luau (Angola) e Dilolo (RDC), onde constatou a apreensão de quatro mil e 800 bidões de 20 litros cada, que perfazem 96 mil litros de gasóleo e gasolina.
O Ministro de Estado segue, ainda hoje, para a província da Lunda-Sul com o mesmo propósito. LTY/TC/YD