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Líder associativo aponta factores que agravam o ecossistema

     Economia              
  • Luanda • Terça, 10 Setembro de 2024 | 18h24
José Severino, presidente da AIA (Arquivo)
José Severino, presidente da AIA (Arquivo)
Francisco Miúdo-ANGOP

Luanda - O presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, apontou, esta terça-feira, o abate indiscriminado de árvores, as queimadas e a exploração mineira como as principais acções que contribuem para a degradação dos solos e do ecossistema no país.

Segundo o líder associativo, que falava durante o workshop sobre o clima e perspectiva para o mercado de carbono em Angola, o país tem sofrido com problemas ambientais como a desflorestação, ravinas, seca, alteração do ciclo hidrológico e a contaminação das águas, devido à má exploração dos recursos naturais.

Defendeu maior fiscalização, a elevação das punições e uma legislação mais actuante, que promova o mercado de carbono para não comprometer as gerações futuras.

Corrobora da ideia de reforçar a lei o membro da Associação Angolana de Mercado e Carbono, Jorge Gabriel, para quem a incipiência da regulamentação ambiental constitui empecilho na implementação deste mercado.   

No seu entender, a criação de uma lei sobre o clima, que actue e regule o referido mercado, estimularia investimentos no sector.

Tendo em vista maior abertura, o especialista disse ser necessário maior literacia, discussões e mediatização em torno dessa problemática mundial, envolvendo as comunidades, organizações civis, academias e o sector empresarial privado, para dinamizar este segmento e fomentar os negócios da economia verde.

“É preciso sensibilizar as pessoas sobre a importância do mundo verde, da preservação do ambiente e daquilo que pode ser um gerador do mercado de carbono, como mecanismo para reduzir as emissões de carbono”, frisou, referindo haver estudos que apontam que a economia verde poderá gerar, até 2030, mais de três milhões de empregos em África, particularmente na República Democrática do Congo (RDC), África do Sul e no Egipto.

Segundo Jorge Gabriel, Angola pode juntar-se a essa projecção a partir de acções como florestação e reflorestação das zonas verdes.

Mercado de carbono

O mercado de carbono é o sistema de compra e venda de créditos de carbono.

Ao seguir este caminho, Angola pretende garantir as metas de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, através da atribuição de quotas (créditos) de emissões.

Este procedimento obriga a que as empresas invistam no segmento das energias renováveisoptar e diante da baixa emissão em relação à quota (crédito) atribuída possa vender a outra em situação menos favorável, que compra em função das necessidades apresentadas ou créditos disponíveis.

Um crédito de carbono equivale a uma tonelada (1.000 quilogramas) de dióxido de carbono. Neste momento, o crédito de carbono no mercado internacional custa acima de 90 dólares, segundo indicador do Investing.com.

Recentemente, a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, referiu que o país tem já projectos de desenvolvimento relacionados com o carbono, cuja efectivação deverá ultrapassar grandes desafios.

Trata-se da conclusão da certificação das florestas e áreas de conservação ambiental, parques nacionais e reservas, a operacionalização do observatório climático, a criação de um sistema de certificação de créditos de carbono, o desenvolvimento de projectos de redução de emissões e o fortalecimento das capacidades institucionais. OPF/VC



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