Benguela – A dívida global dos clientes da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), em todo o país, está estimada em cerca de 160 mil milhões de kwanzas, uma situação que está a inquietar o seu Conselho de Administração.
Ao falar a jornalistas no encerramento do VI Conselho de Direcção Alargado da ENDE, em Benguela, Hélder de Jesus Adão, Presidente do Conselho de Administração da ENDE, mostrou-se insatisfeito com os resultados da empresa em 2022, isto porque não foram alcançadas as metas em termos de cobrança.
Hélder de Jesus Adão fez saber que as metas constantes do plano estratégico da instituição passavam por cobrar pelo menos 80 por cento em relação àquilo que é a facturação, para redução das perdas comerciais.
“As nossas perdas deviam fixar-se abaixo dos 20 por cento. Não conseguimos”, admitiu Hélder de Jesus Adão, afirmando que, para o ano em curso, a ENDE trabalha no sentido de melhorar a facturação, reduzindo desta forma as perdas.
Com efeito, disse já estarem identificados alguns problemas na facturação dos clientes e o desafio neste momento é investir na contagem do consumo de electricidade por parte de cada cliente.
No entanto, o entrevistado frisou que, quando não há um medidor ou contador do lado do consumidor, há sempre um conflito na facturação e, às vezes, pode ser excessiva e prejudicar os clientes.
Daí ter insistido na ideia de que a aposta agora é o sistema de pagamento pré-pago, permitindo assim que os clientes sejam melhor enquadrados nos contratos, conforme a sua categoria.
“Nós temos vários sub-tarifários (…). Há clientes que acabam sendo mal enquadrados na sua contratação”, assume, notando que alguns utentes pertencem a uma categoria e, por vezes, são contratados noutra.
Segundo ele, são alguns erros verificados na facturação que deverão ser corrigidos, porquanto o foco da ENDE é a comercialização da energia, sendo esta a sua actividade nuclear.
Assim, olha com apreensão para os resultados durante o ano 2022, justificando que estiveram abaixo das metas traçadas no plano estratégico em relação à facturação e à cobrança da dívida acumulada.
“Precisamos, então, corrigir o que foi mal feito, traçar novas estratégias, para neste ano podermos concretizar as metas”, salientou.
No evento, realizado em Benguela, estiveram reunidos, durante dois dias, directores provinciais de centros de distribuição, chefes de departamento, representantes da comissão sindical, parceiros e fornecedores, agentes autorizados da ENDE.
Com uma taxa de electrificação a rondar 43 por cento, Angola tem, segundo dados disponíveis, um milhão e 879 mil consumidores de energia eléctrica sob tutela da ENDE. JH/CRB