Malanje- O segundo Conselho Consultivo do Ministério da Indústria e Comércio recomendou hoje, sexta-feira, nesta cidade, a captação de mais investimentos para o desenvolvimento dos pólos industriais do país, com vista ao seu aproveitamento útil e rentabilização.
O encontro, que teve a duração de dois dias, recomendou igualmente maior interacção entre os entes públicos que concorrem para o desenvolvimento industrial no país, em prol da concretização do Programa de Desenvolvimento Industrial de Angola.
Consta ainda das recomendações, a adopção de estratégias de apoio institucional as micros, pequenas e médias empresas, que inclua a identificação de nichos de mercado regional, assim como a criação de um ecossistema financeiro combinado, tendo em atenção a dinamização do comércio intra-africano.
O Conselho recomendou por outro lado, a institucionalização de instrumentos de apoio à certificação das empresas e a criação de incentivos as fusões entre produtores, de modo a facilitar o acesso aos programas de pesquisa e desenvolvimento.
Os participantes defenderam ainda a criação de uma política de coordenação do sistema nacional de controlo de qualidade e a implementação de calibragem de balança nos estabelecimentos comerciais e mercados, assim como a reutilização dos resíduos descartados nos ciclos de transformação, com vista a redução do impacto ambiental e promoção do desenvolvimento sustentável.
Por outro lado, o evento concluiu que a implementação do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) está a permitir a redução progressiva das importações e consequente aumento das exportações, por meio do estímulo à produção nacional.
Sobre o impacto da Reserva Estratégica Alimentar (REA) constataram o significativo aumento da oferta de bens de primeira necessidade, que resultou na redução do nível médio dos preços em mais de 30 por cento nos últimos meses e reposição do poder aquisitivo das famílias.
Entretanto, ressaltaram a importância da continuidade das reformas estruturantes em curso no país e a elaboração de programas de fomento à actividade industrial e comercial ao serviço do escoamento da produção e da diversificação da economia não petrolífera.
Ao proceder ao encerramento do evento, o ministro do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, disse que, apesar dos inúmeros desafios que o sector tem, são cada vez mais notórias as oportunidades que o Executivo proporciona ao regulador e aos operadores económicos.
Por esse facto, acrescentou, o Ministério vai continuar a buscar opções sustentáveis para que os operadores possam criar mais empresas, gerar mais empregos e contribuir para o aumento da robustez da economia nacional.
O Conselho decorreu sob o lema “Indústria e Comércio: desafios e oportunidades para o desenvolvimento sustentável” e abordou temas como o papel da universidade na formação e pesquisa agrícola, o comércio intra-africano como instrumento de desenvolvimento sustentável, economia circular no âmbito do desenvolvimento industrial de Angola, estratégia para a transformação digital do sector da indústria, entre outros.