Mbanza Kongo – O aumento de 100 para 350 dólares norte-americanos da taxa aduaneira cobrada pelas autoridades alfandegárias da República Democrática do Congo (RDC) na fronteira do município do Nóqui, província do Zaire, apanhou de surpresa os camionistas que se dirigem à província de Cabinda, Norte de Angola.
Em consequência da subida do preço de portagem do lado da RDC, 30 camiões carregados de mercadorias diversas encontram-se, há mais de oito dias, no posto fronteiriço do Nóqui, por impossibilidade de pagar essa nova tarifa aduaneira imposta pelas autoridades da região do Congo Central (RDC).
Em declarações esta quinta-feira à ANGOP, o administrador municipal do Nóqui, Manuel José António, lamentou a subida unilateral da taxa aduaneira por parte das autoridades fronteiriças congolesas, frisando que essa atitude tem sido recorrente.
Segundo o responsável, o mesmo não acontece com as viaturas carregadas com mercadorias diversas da RDC que entram no território nacional, cuja taxa tributária estabelecida pelas autoridades aduaneiras angolanas, é de apenas seis mil e 336 kwanzas.
Na visão do administrador municipal do Nóqui, as alterações às taxas aduaneiras, entre países vizinhos, devem ser feitas de forma concertada e não unilateral, como é o caso concreto.
“Alguns camionistas transportam produtos perecíveis com destino a Cabinda e foram obrigados a parquear as suas viaturas, no posto fronteiriço do Nóqui, por se negarem a pagar a nova taxa aduaneira”, sublinhou.
Manuel José António disse ter mantido contactos com o lado congolês, para abordar esta situação, tendo sido informado que se tratou apenas de um reajuste do valor da taxa, devido à inflação naquele país vizinho.
O administrador defendeu a necessidade de haver um encontro de alto nível entre as autoridades angolanas e congolesas para dirimir esta situação que tem criado embaraços nas relações comerciais entre os dois países vizinhos.
Do posto fronteiriço do Nóqui (Zaire) a Cabinda (Angola), passando pela região do Congo Central (RDC), os camionistas percorrem uma distância de 250 quilómetros.
A descontinuidade territorial existente entre Cabinda e o resto do país obriga a que o acesso por terra àquela região mais ao norte de Angola seja feito passando pelo território da República Democrática do Congo (RDC). DA/PMV/JL