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ATI/FMI antevê ganhos com regime de metas de inflação em Angola  

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 13 Abril de 2022 | 13h19

Luanda – O director-adjunto da Africa Training Institute (ATI) do Fundo Monetário Internacional (FMI), Carlos de Resende, considera que o Banco Nacional de Angola  (BNA) tem as condições criadas para aplicar o regime de metas de inflação, um modelo que torna o sistema financeiro mais competitivo.

O regime de metas de inflação é baseado em três premissas, sendo o “núcleo ou tendência da inflação”, resultante de choques de demanda; a “taxa de juros”, operada com o objectivo  de controlar a demanda agregada; e a “variação na taxa de câmbio” que  ocorre como um efeito colateral das mudanças na taxa de juros.

De acordo com o especialista, Angola está a seguir o caminho esperado, apontando a independência do Banco Central, as reformas necessárias já realizadas, como a implementação do regime de câmbio flexível e, mais recentemente, o início da aplicação do regime de metas de inflação. 

Carlos de Resende, que falava  à imprensa, à margem do seminário sobre "Os Desafios da Operacionalização da Política Monetária", dirigido à quadros do Banco Nacional de Angola e do Ministério das Finanças, salientou que o regime de metas de inflação é implementado por mais de 43 países do mundo,

"Este é o caminho  natural de um país que quer seguir os passos exitosos  de outros países que adoptaram o regime de metas de inflação. Angola  está no rumo certo", sublinhou o especialista que antevê desenvolvimento muito favorável no campo da inflação na medida que o BNA executar o referido regime. 

O director-adjunto da  Africa Training Institute (ATI) do Fundo Monetário Internacional (FMI) augura que "O regime seja aplicado com sucesso, tal como aconteceu com outras reformas, em particular a flexibilização da política de câmbio".

Por outro lado, Carlos de Resende referiu, na sua intervenção de terça-feira, que a operacionalização da política monetária  não é forte o suficiente para afectar a estrutura da económica no  período de crise, sobretudo em países de baixo crescimento. 

"A ideia de operacionalização da política monetária em período de crise, baseia-se nos alcances que a política monetária pode ter. Uma das premissas da política monetária actual é que a política monetária não seja forte o suficiente para afectar a estrutura da economia", referiu.

As questões estruturais, acrescentou, muitas das vezes são mais importantes para reverter situações de baixo crescimento ou crise do que a política monetária, que tem efeitos fortes sobre a inflação, mas nem tanto sobre o crescimento estrutural das economias.

"A política monetária  pode certamente amortizar os efeitos de ciclos económicos desfavoráveis, choques económicos desfavoráveis, mas não tem poder para despoletar períodos de crescimento acelerados", explicou, reforçando que em nenhum lugar a política monetária é potente o suficiente para gerar ou criar riquezas.

As experiências apontadas pelo especialista mostram que o regime de metas de inflação é importante para ancorar as expectativas inflacionarias e ajudar a  baixar a inflação, na medida em que o regime é implementado.

"A experiência internacional mostra que ela não é associado a custo em termos de crescimentos mais baixos, por isso, Angola só tem a ganhar com a aplicação do regime de metas de inflação", sustentou o responsável, concluindo que o mesmo também garante maior transparência e responsabilidade aos agentes económicos.

A Africa Training Institute (Instituto de Treinamento de África - ATI) do Fundo Monetário Internacional é uma instituição de formação internacional, criada para satisfazer as necessidades contínuas da força de trabalho africano no actual ambiente dinâmico de negócios.





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