Luanda – As actividades em torno da realização do Censo 2024, cujo início está marcado para o dia 19 deste mês, figuram entre os factos marcantes do noticiário económico da semana finda.
No período em referência, intensificaram-se as acções, a nível nacional, tendo em conta o êxito deste mega processo de recolha simultânea de dados estatísticos da população e habitação.
Entre várias tarefas desenvolvidas, destaca-se o arranque da última etapa da formação de agentes de campo, a criação do “Posto Comando Operacional”, para o acompanhamento pormenorizado do processo, e a realização de um seminário, de âmbito nacional, dirigido a jornalistas de diferentes órgãos, durante o qual foi apresentado o plano de comunicação do recenseamento geral.
Implementou-se, ainda, a nível da capital do país, as conferências de imprensa diárias para o ponto da situação organizativa do processo censitário, ao mesmo tempo que noutras partes do território é, cada vez mais, notável o esmero em prol do acto.
Do aperfeiçoar de noções gerais às técnicas mais complexas de recenseamento, o asseguramento das condições humanas e logísticas, a distribuição do material a nível local, à prontidão da média para uma cobertura à altura das exigências. Estas acções são observadas envolvendo as 18 províncias do país.
Sob o lema “Juntos contamos por Angola, o Censo 2024 terá duração de 30 dias, movimentando 79 mil 423 agentes de campo, divididos em 67 mil 131 recenseadores e 12 mil 92 supervisores, que vão assegurar o trabalho em todo o território nacional, e o acto formal de lançamento acontece na próxima quarta-feira (dia 18), no Instituto Nacional de Estatística (INE).
O plano contempla um workshop que marcará a abertura oficial do inquérito, seguido de um momento cultural, e, já a meia-noite do dia 19, o recenseamento de casos especiais como os sem abrigo, devendo a recolha de informação junto das famílias prosseguir durante o dia.
Actualizar e disponibilizar a base de dados para ajudar o Executivo no planeamento, gestão e tomada de decisões de políticas públicas é o principal objectivo do censo, o segundo no espaço de dez anos, após o recenseamento de 2014 que registou a existência de mais de 25 milhões de habitantes.
Nos últimos sete dias foi ainda destaque a reafirmação do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os avanços de Angola no processo de transparência das contas públicas.
Falando durante a mesa redonda sobre o “Crescimento sustentado em Angola”, no âmbito da 15ª edição da “semana do Brasil em Angola”, o representante do FMI no país, Victor Ledo, disse que o Estado angolano tem feito avanços na transparência das Contas Públicas, com a implementação de reformas estruturantes.
Referiu que a aprovação, em 2020, pela Assembleia Nacional, da Lei de Sustentabilidade das Finanças Públicas, que tem como objectivo promover disciplinas fiscais previsibilidade e transparência nas gestão das finanças públicas, é um dos avanços da reestruturação.
Por sua vez, o IGAPE registou um crescimento de 45% no sector empresarial público, sendo o lucro líquido das 70 empresas do sector que prestaram contas ao Instituto de Gestão dos Activos e Participação do Estado (IGAPE) 908 mil milhões de kwanzas.
O valor configura aumento de 45% sobre o capital próprio dessas empresas.
Integram o sector público 94 empresas, das quais 82 elegíveis à prestação de contas, mas o relatório agregado apresentado pela PCA do IGAPE, Vera Escórcio, contém dados de 70 instituições.
O documento indica que o capital próprio das empresas atingiu 13 biliões 117 mil milhões de kwanzas. Relativamente ao encaixe por parte do Estado, o valor é de 6.5 mil milhões de kwanzas.
Fez também eco, durante a semana, o pronunciamento da representante da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Angola, Benazir Silva, segundo o qual o investimento na exportação de produtos nacionais permite melhorar a competitividade das empresas e reforçar o crescimento económico, através da captação de divisas.
A funcionaria da USAID falava no primeiro workshop de certificação de exportação e negócios de Angola, sublinhando que as exportações aumentam o número de postos de trabalho e as competências necessárias para satisfazer as normas da indústria e dos compradores.
Na ocasião, o administrador Executivo da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), Jerónimo Pongolola, manifestou contínuo apoio aos empresários no processo de certificação e exportação para diversificar a oferta de produtos nacionais no mercado internacional.
Outro facto de realce prende-se com o crescimento em 9,2 por cento da taxa de ocupação de hotéis e similares no país, de Janeiro a Julho do corrente ano, comparativamente a igual período de 2023, bem como a previsão da produção de 300 mil toneladas de carne de frango a curto prazo.
Os dados hoteleiros foram apresentados na reunião da Equipa Económica do Executivo, que apreciou, na semana, a evolução mensal do sector produtivo, enquanto a previsão da produção de carne coube ao secretário de Estado para as Florestas, João da Cunha, que falava no final de um encontro entre membros do Governo e da Associação de Avicultores de Angola.
De acordo com o secretário de Estado, Angola prevê aumentar, a curto prazo, a produção de carne de frango de 50 mil toneladas/ano para cerca de 300 mil toneladas, para atender o mercado interno.
Já os hotéis acolheram 847 mil 971 visitantes, enquanto pensões e outros estabelecimentos registaram 334 mil 605 hóspedes, de acordo com a equipa económica.
No período em análise, o país registou a entrada de 83 mil 587 turistas, contra 75 mil 675, no mesmo período de 2023.
Durante a semana o noticiário da agência destacou igualmente a recuperação de cerca de 6,5 mil milhões kwanzas de crédito, em sete meses, por parte do Banco de Poupança e Crédito (BPC)
Em entrevista conjunta à ANGOP e ao Jornal de Angola, o presidente do Conselho de Administração do BPC, Cláudio Pinheiro, disse que o banco recuperou, nos primeiros sete meses do ano, cerca de 6,5 mil milhões de kwanzas de empréstimos concedidos a empresas e pessoas singulares, um valor que superou o crédito reembolsado em todo ano de 2023.
No ano transacto, o banco registou a recuperação de Kz 6,1 mil milhões. VC