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Governo quer formar 12 mil monitores para generalizar prática desportiva

     Desporto              
  • Benguela • Sexta, 19 Julho de 2024 | 11h16
Rui Falcão, Ministro da Juventude e Desportos
Rui Falcão, Ministro da Juventude e Desportos
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Benguela – O ministro da Juventude e Desportos, Rui Falcão, garantiu nesta quinta-feira que a formação de cerca de 12 mil monitores desportivos será um dos eixos do Plano Nacional de Desenvolvimento do Desporto 2024-2027, que o Governo prevê aprovar dentro de dias.

Em causa está o “Planadesporto”, um plano orientador da política desportiva para os próximos quatro anos, que tem como prioridade a generalização da prática desportiva em todo o país, sob o slogan “Desporto para Todos”.

Falando em Benguela, durante uma palestra sobre os novos desafios e perspectivas do sector, Rui Falcão justifica a necessidade de formar cerca de 12 mil monitores nas várias modalidades desportivas, para fazer face ao défice de professores de educação física no país.

“Infelizmente, as nossas escolas de educação física pararam no tempo”, lamentou, reconhecendo que o nível de formandos hoje não responde minimamente às necessidades do país para fazer com que os jovens pratiquem desporto.

De acordo com o ministro, o pressuposto básico desse plano é fazer com que os cidadãos angolanos pratiquem actividade física como forma de combater o sedentarismo que as novas tecnologias trouxeram à sociedade.

No que respeita à generalização da prática do desporto, o ministro aponta para o reforço do desporto comunitário e escolar, a fim de aumentar o número de praticantes da actividade física e desportiva.

Organizar a base

O governante encara o desporto escolar como um importante vector intermédio e fornecedor de altletas para o desporto de alta competição, assente no trabalho das mais de 30 federações nacionais nas distintas modalidades.

“Se a escola não tem infra-estrutura desportiva, o professor de educação física vai à comunidade encontrar um espaço livre para fazer as suas aulas e muitas vezes arregimenta para a formação das suas equipas jovens que não estão na escola”, anotou.

Assim, referiu ser preciso, ao nível do desporto escolar, melhorar substancialmente toda a organização, da base até à estrutura orgânica do próprio Ministério da Educação, à imagem do que está a ser feito agora no MINJUD.

A seu ver, só será possível melhorar o nível do desporto de alto rendimento quando houver na base um número de praticantes capazes de, pelo mérito, trazerem novos campeões.

"É preciso, em simultâneo, arrumar o desporto escolar. Hoje, o desporto escolar e comunitário vivem de mãos dadas", defendeu.

Sobre o desporto comunitário, frisou que é necessário organizá-lo e levar à comunidade as condições necessárias para que a prática desportiva seja feita da melhor forma possível.

Por outro lado, elenca as infra-estruturas e a formação de quadros como outros eixos do Planadesporto, gizado, como vincou, para criar mais-valias para os jovens praticarem desporto e se realizarem.

“O Planadesporto indica o caminho e a necessidade de fazer quadras desportivas para as modalidades colectivas”, acentuou, sublinhando a necessidade de se criar condições para que as modalidades individuais sejam também praticadas nessas quadras e cresçam com qualidade.

Recuperar a mística

O ministro lembrou dos “tempos áureos” para lamentar o declínio que se nota, neste momento, nas modalidades colectivas, sobretudo o basquetebol masculino, andebol feminino e o voleibol, as mais desenvolvidas nos anos 80 e 90.

Conforme disse, essas modalidades conquistaram mais medalhas para o país, em detrimento das modalidades individuais em termos de ranking, quer regional, continental ou mundial.

Todavia, Rui Falcão ilustrou que, hoje, a realidade é diferente do passado, isto porque cerca de 95 por cento das medalhas arrecadadas no primeiro semestre de 2024 foram em modalidades individuais de lutas como MMA, ju-jitsu, judo e o karaté.

Perante essa realidade, sugere que o Estado adopte uma nova postura face a essas modalidades de lutas em função dos resultados positivos obtidos.

“Se nós hoje somos os primeiros no ranking africano em MMA e jiu-jitsu, terceiros no judo e segundos no karaté, temos que propiciar a estes praticantes, desde a infância, condições técnico-materiais e humanas”, asseverou.

Assinalou, de igual modo, que o Planadesporto teve a contribuição de todos os agentes desportivos do país, na sequência do 3º Encontro Nacional do Desporto, sendo que os dois primeiros encontros do género foram realizados na década de 90.

“Agora, temos que passar para a prática, para a implementação desse plano, tão logo seja, nos próximos dias, aprovado pelo Conselho de Ministros”, antecipou.

O maior movimento desportivo do país aconteceu entre a segunda metade da década de 80 e a primeira metade da década de 90, mas, segundo Rui Falcão, não foi por mero acaso, porque o Estado estava organizado nesse sentido.

"Todos se recordam da Direcção Nacional de Cultura Física e Recreação, que projectou a organização e desenvolveu toda a iniciação desportiva no país nas diferentes modalidades: andebol, basquetebol, futebol, hóquei em patins, voleibol", anotou.

Porém, lamenta as consequências da extinção da referida direcção, não obstante que se esteja a recomeçar em termos de organização, algo que orgulhava os angolanos de serem o número um em África na segunda metade da década de 80.

"Chamamos as federações nacionais e estão aqui exemplos. Sentámo-nos, definimos estratégias e vamos implementá-las", acredita o ministro Rui Falcão.

E acrescenta: "Temos que correr. Com o apoio de todos, seremos capazes de o fazer". JH/CRB





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