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Falta de lisura afasta patrocinadores - Yuri Simão

     Desporto              
  • Luanda • Quinta, 07 Setembro de 2023 | 13h33
Yuri Simão, especialista em marketing
Yuri Simão, especialista em marketing
António Escrivão-ANGOP

Luanda - O momento atribulado vigente no desporto nacional, particularmente no futebol, belisca a boa imagem competitiva e a lisura dos resultados, factores que inibem e afastam patrocinadores no sector.

A constatação é do especialista em marketing, Yuri Simão, no quadro da suspensão da equipa de futebol do Petro de Luanda por dois anos, da Académica do Lobito, Kabuscorp com descida de divisão, e do 1.º de Agosto com o pagamento de 2.000 UCF (1 UCF equivale a kz 88).

Em entrevista quarta-feira à ANGOP, em Luanda, analisando o marketing desportivo e a presença da selecção de basquetebol no mundial da Ásia, afirmou que o actual cenário do futebol nacional diminui a qualidade do jogo e os objectivos perseguidos pelos patrocinadores.

Indicou que a suspeição de manipulação de resultados gera desconfiança, acrescentando que os principais investidores não se aproximam de eventos sem prestígio.

Reiterou que as grandes marcas escusam-se em associar os seus produtos em situações como estas registadas no Campeonato Nacional “Girabola2022-23”, considerando, no entanto, que o episódio servirá de alerta para o nível visível de facilitismo e de aliciamento.

O também promotor desportivo e cultural disse que a situação não deve inibir a Federação Angolana de Futebol (FAF) de cumprir com os regulamentos de disciplina, desde que se provem as causas.

O agente, licenciado pela FIFA, recordou tratar-se da primeira vez que clubes “grandes” do país são arrolado e penalizado pela FAF.

Trata-se de um assunto que movimenta a sociedade nacional com agentes desportivos, comentaristas e antigos praticantes a defenderem bom senso por parte da federação.

O comentarista Paulo Tomás acha que a suspensão dos clubes vai gerar desemprego e que, por conta disso, muitas famílias ficarão sem como sobreviver, enquanto o ex-atleta Manuel Jamba sugere que sejam castigados os sujeitos da acção e não às instituições.  

Já o comentarista desportivo, Asner de Sandra, diz ser preciso repreender actos desta natureza, por não enaltecerem o futebol nacional, e acrescenta que o artigo 19 do Código de Ética da FIFA é claro "os clubes têm de cooperar totalmente".

"É preciso que se clarifiquem as coisas porque se não vamos diabolizar o Conselho de Disciplina e endeusar os culpados", frisou.

Recorde-se, o Petro de Luanda está impedido de competir em qualquer competição desportiva no período de dois anos, por não cumprimento do dever de colaboração a que está adstrito com a FAF no processo instaurado.

O 1º de Agosto foi sancionado por inobservância dos seus deveres para com a FAF, devendo pagar multa pecuniária, o Kabuscorp do Palanca e Académica do Lobito foram relegados para a segunda divisão.

O técnico da Académica do Lobito, Agostinho Tramagal, e o presidente do Kabuscorp do Palanca, Bento Kangamba foram penalizados com quatros anos de suspensão.JAD/MC





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