Luanda- A participação de Angola no Campeonato do Mundo de basquetebol, que termina domingo, na Ásia, foi, também, marcada pela abstenção de alguns atletas do uso da logomarca no equipamento utilizado pela Selecção Nacional.
No evento, em que se quedou na 26ª posição, falhando a qualificação directa para os Jogos Olímpicos “Paris`2024”, a selecção nacional usou equipamento com imagem de um macaco (Orangotango), ao invés do antigo símbolo da conceituada marca Nike.
A negação causou (tem causado) celeúma, fundamentalmente entre os fazedores do desporto no país, além de ter motivado comentários e interpretações díspares de entendidos nas redes sociais.
Eximiram-se, os postes Bruno Fernando, do Atlanta Hawks (único jogador angolano na NBA) e Sílvio Sousa, que "milita" no Aris Thessaloniki da Liga Grega.
Numa recente entrevista à ANGOP, em Luanda, em que abordou o marketing desportivo em Angola e a polémica de alegada corrupção envolvendo a FAF, Petro de Luanda, Kabuscorp, Académica do Lobito e 1.º de Agosto, o especialista na área, Yuri Simão, considera absolutamente normal a ocorrência.
Reagindo a onda de críticas, afirmou que o uso ou não de uma marca no equipamento desportivo pode ser alvo de consenso entre atletas e instituição que representam, no caso, a Federação Angolana de Basquetebol (FAB).
O especialista disse desconhecer o tipo de contrato entre a FAB e a empresa responsável pela marca, acrescentando que o cenário de distanciamento da logo por parte dos dois principais activos da selecção é passível de compreensão, sem risco de penalização entre as partes envolvidas.
De acordo com o também promotor de espectáculos culturais e desportivos, é importante entender os critérios e o tipo de negócios pelos quais cada um aceita vincular a sua imagem, principalmente quando se trata de consideradas “estrelas” em um determinado grupo.
Yuri Simão admite que tal situação pode ter decorrido do facto de possívelmente a imagem do animal ser contrária aos ideias dos jogadores, e dado que era importante a permanência dos mesmos ao serviço da Selecção Nacional, pode ter havido um pré-concerto com a federação.
A negação, de acordo com a fonte da ANGOP, também é possível em caso de não houver contrapartidas para os jogadores pelos direitos de publicidade, em função da sua importância e imagem no plantel.
No entanto, a federação pouco ou nada fez para esclarecer verdadeiramente o assunto, que se tornou "polémico" ao longo do campeonato mundial.
O logo, o patrocínio no desporto, pode ser visto pelas empresas de diferentes sectores como um meio de comunicação alternativo, com alta possibilidade de difusão da marca e de melhoria da sua imagem.
Trata-se de uma estratégia de marketing eficaz para comunicar-se melhor com os diferentes públicos de interesse do "sponsor".
Durante o mundial, que decorre em três países, nomeadamente, Japão, Filipinas e Indonésia, Angola anotou 370 pontos. Childe Dundão foi o mais produtivo com 70 pts.
O base do Petro de Luanda obteve ainda 13 ressaltos, 26 assistência, 10 recuperações de bola e registou oito perdas de bola.
O envolvido Sílvio de Sousa foi o segundo atleta mais produtivo. Marcou 58 pontos, 31 ressaltos, duas recuperações e sete perdas de bola, seguido por Bruno Fernando (56 pts, 21 ressaltos, seis assistências, cinco recuperações de bolas e oito perdas).
Os que menos contribuiram foram Leonel Paulo (9 pts, nove ressaltos, um recuperação de bola e quatro perdas), João Fernandes (2 pts, três assistências, três recuperações de bolas e uma perda) e Dmitri Maconda (2 pts, duas assistências, uma recuperações de bola e cinco perdas).
Dos cinco jogos desde a fase inicial (grupo A) até às classificativas (grupo M), Angola ficou em 26° entre 32 países, fruto de uma vitória diante das Filipinas, por 80-70.
Perdeu com a República Dominicana (67-75), China (76-83), Itália (67-81) e Sudão do Sul (78-101), esta última garantiu já presença no evento da capital francesa. JAD/MC