Ondjiva– A necessidade da reabertura do pavilhão multiuso de Naipalala, visando a dinamização da prática do desporto de sala, foi defendida esta sexta-feira pelos agentes da província do Cunene.
A infra-estrutura encerrada para prática desportiva há três anos, devido às obras de requalificação, os trabalhos foram paralisados em 2020.
A empreitada avaliada em 113 milhões de kwanzas, teria a duração de três meses e consubstancia-se na melhoria do recinto de jogos, substituição de portas, janelas, vidros, assentos das bancadas, a instalação do sistema de iluminação, entre outras componentes.
Fase a situação, o presidente da Associação de Futsal, Edvaldo Faustino, disse que o encerramento do pavilhão dificulta o dinamismo da prática da modalidade.
Fez saber que as equipas não conseguem realizar os seus treinos de forma regular, assim como determinados torneios quadrangulares, por falta de espaço.
Por seu turno, o presidente da Associação de Voleibol, António Machado, realçou a necessidade de se dar celeridade ao projecto, que tem criado constrangimentos junto dos praticantes de disciplinas de sala.
Actualmente, a realização dos jogos tem sido de forma "empírica" procurando quadras desportivas de algumas instituições escolares privadas.
O responsável pelo andebol, Júlio Zamby Manuel, das modalidades de Karate-do e do boxe, Jerónimo António, realçou que o encerramento do pavilhão inibe as práticas de forma livre, o que retrata as acções ligadas a massificação desportiva.
Sustentaram que a melhoria do empreendimento irá proporcionar a prática de várias modalidades e contribuir no aumento dos níveis técnicos e competitivos dos atletas, em prol do desenvolvimento da província.
O director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto no Cunene, Nelson Ndemulikuata, justificou que actualmente não existe um horizonte temporal para o término, realçando que a infra-estrutura encontra-se sob alçada do gabinete de Infra-estrutura e Serviços Técnicos.
Esclareceu que a reabilitação visava propiciar o fomento do desporto nos vários domínios, com particular realce para o desporto de sala, incentivando a classe juvenil à prática de actividades do sector.
Nelsdon Ndemulikuata reconheceu a insuficiência de infra-estruturas desportiva na região, já que Ondjiva dispõe apenas de quatro quadras polivalentes ligadas às escolas.
Para reverter o quadro actual, disse estar disponível o campo polivalente construído na centralidade Dom Fernando Guimarães, inaugurado recentemente, que poderá acolher algumas competições de diversas modalidades.
Fez saber que no âmbito do plano de acção para o quinquénio de 2023/2027, o sector perspectiva a construção de mais campos e quadras desportivas de modo a conferir maior dinamismo desportivo nesta região.
Entretanto, o representante da empresa construtora, Ladislau Figueira, esclareceu que a paralisação dos trabalhos deve-se ao baixo valor cabimentado para empreitada, que não era suficiente para aquisição do material.
Acrescentou que, o orçamento permitiu realizar trabalhos de substituição das janelas, portas, rede eléctrica e canalização, entre outros, faltando o pavimento da quadra desportiva e respectivas tabelas.
Esclareceu que o custo do material para reposição do pavimento e das tabelas são elevados, superando mesmo o valor global cabimentado para obra.
Ladislau Figueira frisou que foram envidados contactos junto do dono da obra no sentido de encontrar uma solução viável, com o acréscimo de adenda do valor inicial, mas que por si só decidiu rescindir o contrato.
Argumentou que o Governo rescindiu o contrato, justificando que com base a Lei de Contratos Público, limite máximo para a adenda financeira não poderia passar de 15 por cento do valor da obra.
Construído através do programa bienal de 2006/2007, o pavilhão multiuso de Naipala tem capacidade para albergar mil espectadores sentados, custou aos cofres do Estado 312 milhões de kwanzas, foi inaugurado a 4 de Fevereiro de 2009.