Menongue – Várias espécies de animais, que tinham fugido do Parque Nacional do Luengue-Luiana, no município do Rivungo, província do Cuando Cubango, estão a regressar voluntariamente desde 2020, soube hoje, quarta-feira, à Angop.
O regresso dos animais enquadra-se num projecto denominado “Combate aos crimes selvagens", financiado pela USAID, em parceria com a ONG angolana ACADIR.
Os animais, como elefantes, leões, zebras, girafas, mabecos, búfalos, entre outros, que durante o conflito armado atravessaram a fronteira com a Zâmbia e a Namíbia, estão a regressar em manadas.
Desde Novembro de 2020, já regressaram 68 elefantes, seis leões, 12 zebras, oito girafas, 25 mabecos e mais de duas mil cabeças de búfalos.
Em declarações hoje à Angop, o director executivo da Associação do Ambiente e Desenvolvimento Integrado Rural (ACADIR), António Chipita, realçou que o número de animais no parque está a aumentar, através da mobilização comunitária.
“É um regresso notável, em função do trabalho que os fiscais ambientais e as comunidades residentes próximo do parque estão a fazer, desde o não abate e a conservação da própria fauna, por constituir um passo importante para o desenvolvimento turístico e económico das populações locais”, realçou o responsável.
Este exercício de contagem de animais terá sequência ao longo deste ano, nos meses de Agosto, Setembro, Outubro e Novembro, com vista a aferir o contínuo crescimento das várias espécies.
O projecto “Combate aos crimes selvagens” está avaliado em 300 mil euros, estende-se até 2022 e está alinhado com o secretariado do KAZA (Área Transfronteiriça de Conservação do Okavango-Zambeze).
Desde a sua implementação, em 2018, já foram formados 27 fiscais comunitários, que, com apoio de duas viaturas, tem permitido a redução substancial da caça furtiva.
Estão ainda previstos, com o investimento, programas para piscicultura e abastecimento de água potável no Rivungo.
O director informou que uma das componentes está ligada à assistência comunitária, concretamente a prevenção da Covid-19, com a entrega de sabão, álcool gel e máscaras faciais.
Estão abrangidos 10 mil 875 cidadãos residentes no Luengue-Luiana (Rivungo), Mucusso (Dirico) e Licúa (Mavinga), contemplando a agricultura de conservação e limpeza manual de picadas, para facilitar o turismo nos parques nacionais locais e dos fiscais ambientais na protecção da fauna.