Luanda – O Governo emitiu, em 2021, os seis primeiros contratos de concessão para exploração industrial das plantações florestais públicas, com duração de 25 anos renováveis, informou esta sexta-feira o secretário de Estado para as Florestas, André de Jesus Moda.
Falando à imprensa, em alusão ao 21 de Março, Dia Internacional das Florestas, o responsável disse que os contratos assinados abrangem as províncias do Bié, Huambo, Benguela e Huíla, prevendo arrancar, nos próximos tempos, com as províncias do Moxico, lundas Norte e Sul.
Depois da assinatura, as empresas deverão fazer um levantamento do volume de madeira existente na plantação e determinar a quantidade a ser cortada, anualmente, para posterior pagamento ao IDF, onde o metro cúbico de eucalipto custa 4 mil kwanzas.
Com esse procedimento, continuou, pretende-se tirar o máximo rendimento das imensas riquezas naturais de Angola, numa altura que o Governo aposta também na agricultura ecológica para permitir maior rendimento às famílias.
André de Jesus Moda acrescentou que o Governo aposta também na agricultura ecológica para permitir maior rendimento às famílias, ensinando os habitantes das zonas rurais a melhorarem as práticas agrícolas, contribuindo para o desenvolvimento da agricultura ecológica e a gestão sustentável das terras.
Frisou que a floresta aberta do Mayombe é o ecossistema florestal mais enriquecido, com espécies de plantas melíferas, onde está concentrada cerca de 67% (2/3) da população rural do país, berço da maior bacia hidrográfica do país.
No entanto, frisou, o desmatamento e a degradação florestal, causados pela agricultura itinerante (64%), produção de carvão, queimadas e incêndios florestais, exploração de madeira (6%), de mineiras, entre outras (30%), tem vindo a reduzir a cobertura florestal a uma taxa de 160.000 hectares, anualmente, correspondendo a 0.4%.
De acordo com o mesmo, o desmatamento tem reduzido a forma e a disponibilidade de bens e serviços ecossitémicos e aumentar a emissão de gases de efeito estuda, o fenómeno da seca e o avanço silencioso do deserto no sul do país.
Segundo dados do Primeiro Inventário Florestal Nacional de 2017, Angola tem um potencial florestal estimado em 70 milhões de hectares de floresta nativa, em termo de superfície, o que representa 55,6 por cento do território nacional.
Estudos apontam que os recursos florestais são complexos e têm "mil utilidades", servindo de lar de cerca de 80% das espécies de anfíbios, 75% das aves, 68% dos mamíferos e uma fonte inestimável para a subsistência de cerca de 2,4 mil milhões de pessoas em todo o mundo, que dela dependem para a sobrevivência.
Dos seus benefícios, destacam-se a melhoria na qualidade de vida, o fornecimento de recursos naturais como madeireiros, plantas medicinais e produtos destinados à alimentação do ser humano, além de serem fontes de recursos genéticos e locais de pesquisa, turismo e recreação.
O 21 de Março, Dia Internacional das Florestas, é assinalado este ano com o lema “Gestão sustentável das florestas, desmatamento ilegal zero”.
Em 1971, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) criou o Dia Mundial das Florestas com o objetivo de conscientizar a respeito da importância dos ecossistemas florestais.
A data escolhida foi 21 de Março, que marca o primeiro dia da primaveira nos países do hemisfério norte.
Posteriormente, em 2012, foi aprovada, na Assembleia Geral das Nações Unidas, uma resolução que instituiu a referida data como o Dia Internacional das Florestas.
