Caluquembe – O interesse pela produção do café na Huíla ultrapassou as fronteiras do tradicional município de Caluquembe, e estendeu-se para o da Jamba com duas primeira fazendas a colherem em breve a safra experimental.
Esse interesse, também, quadruplicou o número de cafeicultores em Caluquembe, de 25 para 120 e, consequentemente, de 10 para 40 hectares a extensão terras com a plantação do “bago vermelho”.
Nesse tradicional município, no que ao café diz respeito, a produção é feita nas comunas de Calepi, N´gola e sede, assim como nas aldeias de Caissaca, Vionga, Capala e Missão da IESA, onde estão disponíveis cerca de 150 hectares, que preenchidos, poderão fornecer 80 toneladas/ano.
Em declarações, hoje, quarta-feira, à ANGOP, o responsável do Instituto Nacional do Café de Angola (INCA) na Huíla, Henriques Chivinda, expressou que na próxima semana será lançada a campanha da colheita do café e acto acontece na planáltica comuna de Calepi, uma safra estimada em 30 toneladas.
Assinalou que o interesse na produção já ultrapassa as fronteiras de Caluquembe, estando o produto a ser cultivado no município da Jamba, através de dois produtores um na comuna do Dongo e outro na sede, que solicitaram mudas aos alfobres de Vila Branca (Caluquembe) e Gungui (Caconda) e colhem este ano a primeira produção.
Na Vila Branca e no Gungui, conforme a fonte, estão disponíveis 500 mil mudas em alfobres e no âmbito do programa de relançamento da produção do café arábica serão distribuídas aos produtores do município e não só.
“Há muitos pedidos de plantas, cresce o interesse da produção, devido, sobretudo a procura do produto ainda no campo. Há compradores que oferecem dinheiro ainda para o produto na planta, isso motiva e gera interesse pela produção”, assinalou o também produtor.
O acesso à água no alfobre da Vila Branca tem sido o principal constrangimento, segundo a fonte, que aponta como solução o assoreamento da área de retenção do líquido e abertura de um novo furo, cuja concretização está para breve.
Herniques Chivinda revelou que mais de 32 mil pés de café arábica foram distribuídos, nos últimos dois anos, aos agricultores do planalto de Caluquembe.
O café arábica foi descoberto na Etiópia e trazido para Angola por missionários alemães, em 1886, cujo cultivo contribuiu para transformar a antiga província ultramarina portuguesa na terceira maior produtora mundial, sendo que, actualmente, este produto, de alto valor comercial internacional, coloca Caluquembe no radar dos maiores consumidores.
Um dos pontos de referência local, em termos de produção é a comuna de Calepi, situada no cimo da cordilheira da N´gola, a mil e 200 metros de altitude, onde habita uma população estimada em 48 mil 926 habitantes, distribuídos por 104 aldeias.
O município de Caluquembe, situado a 193 quilómetros a Norte do Lubango, é limitado a Norte pelo município da Ganda (Benguela), a Este pelos de Caconda, Chicomba e Matala (Huíla), a Sul pelo de Quipungo (Huíla) e Oeste pelo da Cacula e Quilengues (Huíla), assim como Chongorói (Benguela). sticas (INE). MS