Cabinda – A falta de mercados, agravada com a inexistência de meios de transporte e de conservação de citrinos, é vista pelos agricultores como embaraço na produção em grande escala dos citrinos ao nível de Cabinda.
Conforme o agricultor Ricardo Sango, da cooperativa Dourado e Filhos, localizada na aldeia de Cochiloango, município de Cacongo, a sua agremiação tem 20 hectares de área para os citrinos (limoeiros, laranjeiras e tangerineiras), mas as dificuldades de escoamento e de mercados para a venda não encorajam a produtividade.
A cooperativa, que conta com uma área global de 500 hectares, dos quais 300 produtivos, possui uma variedade de culturas, onde se destaca o palmar, bananal e as hortícolas.
A colheita, segundo Ricardo Sango, que falava nesta sexta-feira à Angop sobre a produção de citrinos, chega atingir os 100 por cento, sendo que 20 por cento são aproveitados e 60 por cento, infelizmente, acabam por se deteriorar.
Lamentou os atrasos na cedência dos créditos da parte do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importaçõe (Prodesi), pois poderiam mudar o quadro actual da cooperativa e aumentar a produção das várias culturas.
Para além da cooperativa, Dourado e Filhos, Cacongo conta também outros produtores de citrinos como Josefina Malonda, na localidade de Lico, e o camponês, Xavier Barros, na aldeia de Icaso, todos com as mesmas dificuldades.
No entanto, o técnico da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA) de Cacongo, João Pedro Baveca, disse que existem poucos pomares de citrinos na região e os mesmos são de produção familiar ou para auto-consumo, sendo que o excedente é canalizado no comércio a singulares que revendem em mercados informais e rurais em pequenas quantidades.
O município de Cacongo é conhecido como o potencial celeiro da actividade pecuária e agrícola, mas, esclareceu, “ a produção da laranja, tangerina e limão é muito pouca, devido às condições que os agricultores alegam como a falta de mercado e condições de escoamento ´´.
Cacongo, localizado a 46 quilómetros a norte de Cabinda, banhado pelo oceano Atlântico, é rico em bacias hídricas, principal elemento da oferta de terras aráveis.
Tem uma população estimada em mais de 40 mil habitantes, cuja principal actividade é a agricultura, para além da pesca e da caça.
O município produz 80 por cento da banana pão ao nível de Cabinda, sendo que os restantes 20 por cento são provenientes dos municípios de Buco-Zau e Belize.
Mais de 20 toneladas de banana pão são exportadas diariamente para o Congo Brazaville, via fronteira terrestre de Massabi/Angola e cidade de congolesa de Ponta-Negra.