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Turbulências económicas agravaram desigualdades nos países sem litoral

     África              
  • Luanda • Quinta, 11 Julho de 2024 | 19h05
Comissária da UA para Agricultura, Desenvolvimento Rural,  Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Sacko
Comissária da UA para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Sacko
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Adis Abeba - A Comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko, afirmou hoje, em Nova Iorque, que os países africanos sem litoral enfrentam desafios múltiplos e únicos na prossecução do seu desenvolvimento sustentável.

O facto resulta dos impactos persistentes dos conflitos, choques climáticos e turbulência económica, que agravaram as desigualdades existentes, acrescentou a diplomata, de acordo com uma nota de imprensa do pelouro que dirige.

Josefa Sacko, que falava num painel de análise temática do desempenho dos países africanos menos desenvolvidos e dos países em desenvolvimento sem litoral, em relação aos objectivos de desenvolvimento sustentável, disse que a actual situação geopolítica e macroeconómica mundial resultou num fraco progresso económico.

“Isto exacerbou os desafios estruturais dos países africanos menos desenvolvidos sem litoral, colocando-os fora do caminho para cumprir o Programa de Acção de Viena para os Países Menos Desenvolvidos”, acrescentou.

A diplomata assegurou que este importante pacto internacional de Viena de desenvolvimento, acordado em 2014 para promover o desenvolvimento dos países em desenvolvimento sem litoral durante uma década, que termina em 2024, visa a erradicação da pobreza, em prol da paz, justiça e instituições sólidas.

Disse que para os países em desenvolvimento em geral, o relatório sobre os objectivos de desenvolvimento sustentável de 2024 revela que os progressos foram interrompidos e invertidos em várias frentes, agravaram o poder de compra e o acesso aos alimentos, com um impacto negativo na segurança alimentar e nos resultados nutricionais, apesar dos compromissos reafirmados.

Na sua opinião, para alcançar os objectivos, são necessários esforços significativos para mitigar os impactos das alterações climáticas, dos conflitos e da crise económica.

Defendeu acções concretas para acelerar os progressos no sentido da Agenda 2030, tendo em conta as múltiplas crises enfrentadas pela maioria destes em África que teve um desempenho fraco nas seis áreas-chave delineadas no programa de acção de Doha.

O programa de acção de Doha para os Países Menos Desenvolvidos abrange a década de 2022-2031, foi adoptado em 2022 e centra-se em ajudar estes a assegurar uma recuperação sustentada e inclusiva e uma maior resiliência à pandemia da COVID-19.

“Temos todos de trabalhar em conjunto para ajudar estes países africanos a cumprir o programa de acção de Doha. É por isso, fundamental um novo programa para os países menos desenvolvidos , que deve tirar partido das lições aprendidas do passado e potenciar as sinergias com este programa a fim de aumentar a sua eficácia”, destacou a comissária da UA.

No seu entender as parcerias e a colaboração entre as partes interessadas podem acelerar a implementação da Agenda 2030, e ajudar a alcançar resultados animadores, tendo em atenção que os países em desenvolvimento enfrentam um défice de investimento anual de 4 mil milhões de dólares para alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável.

Fez saber que no contexto de declínio da cooperação internacional e de aumento das tensões geopolíticas, são necessárias parcerias globais reforçadas para colmatar as crescentes lacunas de financiamento, reforçar a recuperação pós-pandemia e promover o desenvolvimento sustentável, em especial nos países menos desenvolvidos e noutros  vulneráveis.

“Na cimeira dos objectivos de desenvolvimento sustentável, em Setembro de 2023, os Chefes de Estado e de Governo comprometeram-se a fazer avançar a proposta de estímulo dos ODS do secretário-geral (da ONU) de desbloquear anualmente 500 mil milhões de dólares em financiamento e investimento adicionais, e devem ser urgentemente implementadas medidas para concretizar este objectivo”, defendeu Josefa Sacko.

Trinta e três dos 45 Países Menos Desenvolvidos e 16 dos 32 países em desenvolvimento sem litoral situam-se em África. Desde 1971, apenas 3 países africanos abandonaram este estatuto, designadamente, Cabo Verde, Botswana e Guiné Equatorial, e nenhum país em desenvolvimento sem litoral em África passou do estatuto de país menos desenvolvido na última década. ADR





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