Lagos - Treze mulheres e crianças morreram afogadas na quarta-feira após o naufrágio da canoa em que tentavam fugir de um ataque armado à sua aldeia no centro da Nigéria, informaram as autoridades locais.
De acordo com o chefe das urgências locais, Ibrahim Ahmad Inga, as pessoas seguiam numa canoa antiga e estava sobrecarregada.
A embarcação virou-se no rio Guni-Zumba enquanto transportava mulheres e crianças que fugiam das aldeias de Guni e Kurgbaku, situadas no distrito de Munya, no estado do Níger.
Oito corpos foram encontrados na quarta-feira, continuando as buscas pelos cinco outros passageiros desaparecidos.
"O saldo é agora de 13 mortos. Cinco outros corpos foram recuperados do rio" na quinta-feira à tarde, declarou Inga, acrescentando: "No total, três mulheres e 10 crianças morreram afogadas no acidente".
Os naufrágios são frequentes nos rios nigerianos, causados sobretudo pela sobrecarga e falta de manutenção das embarcações, o incumprimento das regras de segurança e o mau tempo.
Além disso, o centro e nordeste do país mais populoso de África são há vários anos cenário de actuação de gangues criminosos que atacam as aldeias, roubam o gado e raptam e matam os habitantes.
No início de Janeiro, face à intensificação recente destes ataques, anteriormente quase quotidianos, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, apelou a uma repressão militar mais dura dos gangues, recentemente classificados como "terroristas" pelo Governo.
O antigo general, com 79 anos, tem sido muito criticado pela incapacidade em acabar com a insegurança generalizada no país, onde a próxima eleição presidencial ocorrerá no início de 2023.
Para lá da luta contra o banditismo, o exército nigeriano está empenhado noutras frentes, destacando-se o combate à insurreição 'jihadista' que grassa há 10 anos no nordeste do país e a supressão de movimentos separatistas no sudeste.
Para analistas, as possibilidades de aliança entre os criminosos do centro e os terroristas islâmicos do nordeste são fonte de crescente inquietação.