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São Tomé/Eleições: Patrice Trovoada reivindica vitória com maioria absoluta

     África              
  • Luanda • Segunda, 26 Setembro de 2022 | 14h35

São Tomé - O antigo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe Patrice Trovoada reivindicou hoje vitória, com 30 deputados (maioria absoluta), nas eleições legislativas e anunciou que irá chefiar o próximo Governo.

"Reivindicamos a vitória nas eleições legislativas, com maioria absoluta, totalizando 30 mandatos, 30 deputados, com 54,55% dos votos", disse, numa declaração perante algumas dezenas de apoiantes, na sede do partido na capital são-tomense.

Patrice Trovoada fez a declaração num momento em que a Comissão Eleitoral Nacional (CEN) são-tomense ainda não divulgou resultados preliminares das eleições legislativas, autárquicas e regional deste domingo.

"Conforme prometido, com uma maioria absoluta, eu assumirei as funções e as responsabilidades de primeiro-ministro e de chefia do próximo Governo", afirmou, recebendo fortes aplausos dos militantes.

De acordo com a projecção da Acção Democrática Independente, oposição (ADI) sobre os resultados eleitorais, com base nos editais das 309 mesas de voto no território nacional e na diáspora, o partido conquistou oito mandatos no distrito de Água Grande (o mais populoso do país e onde se localiza a capital, com 57% dos votos), seis deputados em Mé-Zochi (60%), quatro em Cantagalo (67%), três em Lobata (43%), três em Lembá (50%), um em Caué (20%) e três na Região Autónoma do Príncipe (60%).

Na diáspora, onde 10 países da Europa, incluindo Portugal, e de África elegeram pela primeira vez dois deputados, a ADI também ganhou nos dois círculos. Nas legislativas são eleitos 55 deputados à Assembleia Nacional.

Patrice Trovoada, que estava acompanhado de alguns dirigentes do partido, considerou que “o escrutínio correu bem”.

O líder da ADI disse ainda esperar que “o povo são-tomense possa festejar este momento da democracia e ter a certeza de que as suas aspirações foram cumpridas e respeitadas”.

Patrice Trovoada já chefiou governos em São Tomé e Príncipe em três ocasiões, a última das quais, com maioria absoluta entre 2014 e 2018, que perdeu nas legislativas de Outubro de há quatro anos, em que venceu com 25 deputados mas não conseguiu formar Governo perante a ‘nova maioria’, uma coligação entre Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) e o bloco PCD/UDD/MDFM.

“A alternância está confirmada”, sublinhou.

Hoje, Patrice Trovoada disse que esperava “um resultado mais significativo”, mas assinalou que “havia um risco”, já que um dos partidos concorrentes “surgiu com uma temática nova, o voto dos descendentes de cabo-verdianos e dos que vivem na roça” – referindo-se ao Movimento dos Cidadãos Independentes, conhecido como movimento de Caué (sul do país), com dois deputados na anterior legislatura e que agora concorreu coligado com o Partido de Unidade Nacional (PNU), do Príncipe.

Patrice Trovoada ressalvou que este resultado não dá ao partido “absolutamente todos os direitos”.

“A nossa intenção, depois destas eleições, é desanuviar o clima e criar um melhor clima de relacionamento político do país, mais consensual, para podermos resolver os problemas” de São Tomé e Príncipe, afirmou, referindo que ainda não falou com nenhum representante dos restantes partidos com assento parlamentar.

Patrice Trovoada identificou a luta contra a pobreza como uma das prioridades e adiantou que pretende ver, nomeadamente com os partidos mais pequenos, sem representação parlamentar, a lei sobre os partidos políticos, o seu financiamento e questões ligadas à lei eleitoral, nomeadamente para abordar a questão do ‘banho’, uma prática generalizada em São Tomé e Príncipe de compra de votos, muitas vezes quase no momento da votação.

Os eleitores da ilha de São Tomé também votaram este domingo para escolher os seis presidentes das câmaras (correspondentes aos seis distritos) e Patrice Trovoada disse acreditar que os resultados das legislativas vão reflectir-se nas autárquicas, mas ressalvou que pode haver discrepâncias porque “o povo tem maturidade política e começa a diferenciar” governo central e local.

“Na Região Autónoma do Príncipe, podemos também festejar porque a nível regional, a militância do ADI, participando na UMPP [União para Mudança e Progresso do Príncipe, vencedora das eleições regionais com maioria absoluta] permitiu uma vitória de praticamente dois terços”, sublinhou.

(Notícia actualizada às 13h05)



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