Moscovo - O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, assegurou hoje que a Rússia continua a cumprir os seus compromissos de exportar alimentos, fertilizantes e outros produtos para África, apesar dos obstáculos impostos pelo Ocidente.
"A Rússia cumpre conscienciosamente todos os compromissos com base em contratos internacionais de exportação de bens do complexo agrícola, fertilizantes, combustíveis e outros produtos de que África necessita", disse Lavrov durante uma receção no ministério dedicada ao Dia de África.
"Juntamente com os nossos amigos africanos, estamos a intensificar os esforços para garantir a segurança alimentar", isto "apesar dos obstáculos que o Ocidente ergue no caminho para expandir a cooperação legítima da Rússia e dos países do continente" africano, acrescentou.
O chefe da diplomacia russa sublinhou que a próxima cimeira Rússia-África, agendada para de 26 a 29 de Julho em São Petersburgo, marcará "o vetor do desenvolvimento das relações para os próximos anos".
Lavrov agradeceu aos países africanos por "não permitirem que os envolvam na campanha antirrussa" e por tomarem "uma posição equilibrada em relação à crise de segurança europeia", referindo-se à guerra na Ucrânia.
Num exemplo do compromisso com África, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, María Zajárova, anunciou hoje o próximo envio de 34.000 toneladas de fertilizantes para a Nigéria, o terceiro país africano a receber fertilizantes gratuitos da Rússia.
Na semana passada, Moscovo anunciou o transporte de 34.000 toneladas para o Quénia, a que se devem somar as 20.000 enviadas em março para o Malaui.
O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha prometido cereais e fertilizantes gratuitos aos países africanos, caso o acordo do mar Negro, patrocinado pela Turquia e pela Organização das Nações Unidas (ONU), fosse interrompido.
A Rússia e a ONU concordaram em realizar consultas, em Genebra, em 09 de Junho, para salvar o acordo assinado por um ano que, desde o verão passado, permite a exportação de cereais ucranianos pelo mar Negro, tendo Moscovo como contrapartida poder exportar alimentos e fertilizantes russos.AM/DSC