Kinshasa - Pelo menos 17 corpos foram descobertos em Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), uma região que tem sido palco da violência de grupos armados, onde outras nove pessoas foram mortas na quinta-feira, disseram hoje, 27, fontes locais.
Os 17 cadáveres, já em decomposição, alguns deles decapitados, foram encontrados quinta-feira por militares que patrulhavam as margens do rio Ituri em direcção ao morro Balakima, no território de Irumu, disse à agência de notícias francesa, AFP, Dieudonné Malangay, membro da sociedade civil da autarquia local.
"Até agora, são 17 pessoas, algumas encontradas numa canoa e outras (...) no mato, bem próximo do rio. É difícil identificar as vítimas pelo estado dos corpos, mas devem ser civis feitos reféns que foram mortos por rebeldes da ADF (Forças Democráticas Aliadas)", adiantou.
"Será necessária a perícia de serviços especializados para entender completamente as circunstâncias da sua morte", afirmou Malangay.
"De acordo com o Exército, que fez a descoberta, há 17 corpos. Vamos lá para verificar esta informação" e para realizar os enterros, declarou, por seu lado, David Beiza, presidente da Cruz Vermelha local.
O território de Irumu, no sul de Ituri, localizado na fronteira com a província de Kivu do Norte, é alvo de frequentes e violentos ataques do grupo ADF, apresentado pelo grupo terrorista Estado Islâmico como sua filial na África Central.
O último grande ataque atribuído a este grupo remonta a meados de Maio, quando pelo menos 20 civis foram massacrados na aldeia de Monge.
Mais ao norte, no território de Djugu, pelo menos nove pessoas foram mortas na quinta-feira por supostas milícias de outro grupo armado, a Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco), durante um ataque à vila de Soba, disseram à AFP Pilo Mulindo e Charité Banza, o responsável da autarquia e o presidente da sociedade civil em Bahema-norte.
Considerado um dos grupos armados mais mortíferos do leste da RDC, o Codeço estrutura-se em torno de uma seita religiosa e afirma defender os interesses dos Lendu, uma comunidade de Ituri.
Ituri e Kivu do Norte estão sob cerco há um ano, uma medida excepcional, que substituiu a administração civil pelo exército e pela polícia, mas até agora não conseguiu acabar com a violência.